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19 de julho de 2024

Análise: Ubuntu MATE 20.04

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Um dos papéis de parede oficiais do Ubuntu MATE 20.04 LTS.

Introdução

Antes de começar a análise, acho pertinente relatar minha história com o Linux. A primeira vez que ouvi falar no sistema do pinguim idealizado pelo finlandês Linus Torvalds foi entre 2007 e 2008 através de revistas antigas de informática datadas por volta de 2002 e ficou por isso mesmo até 2012, quando eu tive, de fato, meu primeiro contato com (o que eu viria a entender depois) uma distribuição GNU/Linux, que foi o Ubuntu 10.04 LTS, em uma sala de informática de um curso que eu fazia e, pode-se dizer que fiquei fascinado com o ambiente e suas aplicações como um todo, ainda no clássico GNOME 2 e já usando a paleta de cores roxa que consagrou o SO da empresa inglesa Canonical.

 

Ubuntu 10.04.4 LTS, com o ambiente GNOME 2.

Contudo, só fui aprender a usar o Ubuntu mesmo no ano seguinte, quando eu fiz o curso Técnico em Informática, já pulando para o Ubuntu Server 12.04 LTS, onde aprendi vários fundamentos básicos e avançados, com foco mesmo em administração de TI. E fui gostando mais da coisa, porém eu ainda acompanhava de longe, testando em máquinas virtuais e aprendendo com tutoriais e notícias, até que, em 2016, eu consegui um modesto laptop Positivo (foto abaixo), que sofria para rodar o Windows 8 com seus 2 GB de RAM e então eu decidi usar pela primeira vez uma distro em uma máquina física.


Dessa forma, eu tirei o SO da Microsoft completamente e instalei o Ubuntu 16.04 LTS e, dentro das limitações tanto da máquina quanto da época em si (Flatpak e Snap ainda estavam em implantação e apps em Appimage ainda não eram tão bem difundidos, sendo ainda bastante dependente dos repositórios do sistema e PPAs - repositórios comunitários) e tive uma experiência bem honesta e sem grandes surpresas até que eu adquiri um laptop melhor no final de 2017 e preparei o meu humilde notebook para vender, removendo o Ubuntu e colocando o Windows 8 de volta. A foto não está muito boa, mas dá para ter uma ideia de como era a maquininha quando eu a vendi no começo de 2018.


Daí eu voltei a acompanhar o mundo do pinguim de longe, vendo sua evolução e até instalando o Lubuntu 18.04 LTS (a última versão com a hoje abandonada interface LXDE antes da transição para o LXQT, que utiliza tecnologias semelhantes ao do famoso projeto KDE para modernizar o sistema) em alguns clientes com sucesso até que eu aprimorei meu laptop em 2021, aumentando de 4 para 8 GB de RAM e trocando o leitor de CD por um case com um SSD de 240 GB, e então eu decidi fazer dual boot e coloquei o Ubuntu MATE 20.04 LTS junto com o Windows 10 Versão 2004/22h2, cuja experiência e vários detalhes de como foram estes quase três anos com a chamada flavour retrô do sistema da Canonical (na época que eu redigi este artigo eu decidi mudar para o Linux Mint 21.3 - baseado no Ubuntu 22.04 LTS - sendo esta análise minha "despedida" desta versão) serão mostrados daqui a pouco.

Mas tenho que falar um pouco sobre o projeto MATE, que surgiu em 2011, buscando reviver o ecossistema GNOME 2 que eu citei, onde um ex-funcionário da Canonical resolveu unir a novidade com a base do bem sucedido sistema inglês (já que o Ubuntu tinha feito a transição para a interface Unity na versão 11.04, numa espécie de "protesto" em relação às mudanças agressivas introduzidas pela versão 3 do GNOME, lançado na mesma época, durando até a versão 16.10 e então foi abandonada, até ser resgatada e hoje é mantida pela comunidade e tem até sua própria flavour - termo dado para as versões comunitárias do SO da Canonical, que são aprovadas pela empresa e utilizam sua infraestrutura, como  hospedagem e ferramentas de desenvolvimento, embora não sejam mantidos diretamente por ela - Ubuntu Unity, cujo lançamento oficial foi na versão 24.04 LTS) e o projeto passou, aos poucos, a ser bastante ligado com o SO Linux Mint, que auxilia na manutenção e aprimoramento do ecossistema (posicionando-o para máquinas intermediárias pelo seu consumo um pouco mais enxuto que outros ambientes mais famosos, como GNOME, KDE ou mesmo o Cinnamon, que é a interface principal deles), mas a flavour Ubuntu MATE, lançada em 2014 (começou na 14.10 e recebeu, ao mesmo tempo, a 14.04 LTS como compatibilidade) tem um tratamento diferenciado e singular na experiência, como você poderá perceber mais adiante, buscando emular o ambiente que era padrão no SO da Canonical até a versão 10.10 mas sem deixar de trazer melhorias.

Dito tudo isso, agora vamos ao que interessa. As configurações do meu notebook que foram utilizadas nesta análise são as seguintes:

  • ASUS Z450LA (lançado em 2016)
  • Processador Intel Core i5-5200 2,2 GHz 4 Núcleos
  • GPU dedicada Intel HD Graphics 5500
  • 8 GB de RAM DDR 3 Low Latency
  • 240 GB de SSD
  • 1 TB de HD (usado na máquina virtual)
  • Áudio, Ethernet, Cartão de memória, Bluetooth 4.0 e Webcam Realtek
  • Rede Sem fio B/G/N Qualcomm Atheros
  • BIOS UEFI American Megatrends

Disponível somente para processadores 64 bits, a versão mais recente do Ubuntu MATE 20.04 pode ser obtida clicando aqui.

AVISO: para quem não conhece os meus artigos, estou assumindo que você tenha algum conhecimento sobre informática e, desejável, sobre Linux, contudo, tentarei ser o mais didático possível e dar o máximo de detalhes para ajudar no entendimento. Contudo, qualquer dúvida, fique à vontade e não deixe de comentar que eu tentarei responder da melhor forma possível.

Instalação



Caso você inicie o instalador em um sistema legado (BIOS antigas ou UEFI com modo legacy habilitado), a primeira tela mostrada é um menu de instalação próprio do sistema, presente desde os primórdios do Ubuntu e baseado no projeto pai, Debian (uma das primeiras distribuições Linux, lançada em 1993 e mantida pela comunidade, que ainda utiliza uma variação parecida desta tela, mas em modo gráfico), já estando bem adaptado ao idioma PT-BR, dando as opções de teste (abre o que é conhecido como modo Live, desenvolvido durante os anos 2000 e até hoje exclusivo das distribuições Linux, que permite inicializar um sistema completo e funcional direto da RAM como se já estivesse instalado), instalação (inicia diretamente no assistente correspondente, que detalharei a seguir), incluindo as opções para GPUs mais modestas, teste de memória (mostrado no slide 8), inicializar o sistema já existente e, ao usar as teclas de função, você pode alterar o idioma, mapa de teclado, modos de instalação, opções de acessibilidade disponíveis após este menu e algumas opções avançadas caso sejam necessárias.


Já ao iniciar numa BIOS UEFI comum, a primeira tela é outra: sendo mais simplória e um tanto intimidadora, é utilizado o bom e velho GRUB, o gerenciador de inicialização mais famoso dos sistemas Linux até aqui, com as mesmas opções do assistente legado, tendo a adição de uma opção para acessar a firmware e sem as outras configurações, inclusive de idioma, estando somente em inglês mesmo.



Selecionando tanto o teste quanto a instalação direta, o sistema carregará e exibirá a animação de inicialização oficial do sistema desde seu lançamento, onde será feita a verificação da imagem baixada, podendo ser pulado clicando com a combinação CTRL + C (o texto está somente em inglês). Caso tenha executado no modo legado, o assistente (que é chamado Ubiquity, abandonado pelo Ubuntu e Ubuntu MATE na versão 24.04 para dar lugar a um novo assistente) será inicializado diretamente no idioma selecionado; caso tenha sido no modo UEFI, iniciará em inglês e poderá ser ajustado o idioma diretamente na primeira tela, não afetando o resto do sistema (o que é perceptível no modo Live); ao clicar nas notas de versão, o Firefox será aberto e o conteúdo estará somente em inglês; no modo de instalação direta, há algumas opções exibidas na barra superior, como Acessibilidade, Bateria, Rede, Volume e o botão que abre o menu de desligamento; caso queira, por algum motivo, cancelar a instalação, será mostrada uma confirmação conforme visto no slide 10; além disso, caso necessário, é possível abrir o Terminal do sistema, combinando as teclas CTRL + ALT + T.



Prosseguindo com o assistente, é possível testar e confirmar a opção de teclado (slides 1 e 2); escolher como será instalado o sistema, onde, no slide 3 são as opções padrão e o slide 4 é a opção que eu recomendo, principalmente se você tiver uma seleção de apps própria e vai usar opções fora dos repositórios (Flatpak, Snap ou Appimage), porém pode ser um pouco mais demorada; a opção de instalar atualizações se restringe ao sistema básico (kernel Linux, GRUB e componentes relacionados) e a opção de instalar codecs e softwares básicos proprietários existe por questão de patentes e, pela natureza do produto ser de código aberto e, majoritariamente, software livre, não pode ser embarcado automaticamente; no slide 5 começa a mostrar como o sistema será instalado, se automaticamente ou não, onde as funcionalidades avançadas (slide 6) permitem criptografar o sistema ou usar um sistema de arquivos específico chamado ZFS, desenvolvido pela Oracle (dona atual do Java e VirtualBox) e que estava em testes na época do lançamento do sistema, não recomendando seu uso caso não saiba o que está fazendo; aqui eu escolhi a opção avançada e demonstrei o particionamento básico em um sistema do zero e sem dual boot (outras dicas serão mostradas daqui a pouco), com a criação da tabela de partição (slides 7 a 9); a criação da partição EFI (slide 10 - caso esteja no modo legado ou esteja em dual boot, pode pular este passo) e a criação da partição principal no sistema de arquivos EXT4 (slide 11); feito isso é só revisar (slide 13) e, em seguida, pode-se definir o fuso horário (slide 14) e a criação do usuário, destacando a validação do nome do computador, caso use o mesmo nome definido neste modo Live ou tenta outra máquina na rede com o mesmo nome, além da definição de senha, que possui uma validação de complexidade e recomendo manter a opção para se autenticar caso haja problemas no futuro (slides 15 e 16). O Ubiquity também inclui opções de configuração de rede, que aparecem em cenários específicos de instalação, como em servidores, não vistos por aqui.



E com isso a instalação será feita. Nos primeiros 13 slides são mostradas a apresentação básica do sistema para o usuário que está instalado, mas que fica praticamente todo em inglês (infelizmente é um problema comum de sistemas comunitários - e secundários, como é o caso desse -  sendo que o Ubuntu principal sempre tomou cuidado para manter a localização nesta parte da instalação), ao mesmo tempo dos primeiros procedimentos de cópia dos arquivos que estão na ISO (até o slide 14), prosseguindo com a instalação e configuração do APT, gerenciador de pacotes herdado do Debian, sincronizando a base de dados usando tanto as informações locais quanto as da internet (slide 15 a 22); em seguida configura o sistema básico, salvando as informações do teclado e horário (slide 23), usuário (slide 24), a instalação de alguns componentes, destacando a tradução de run para correr ao invés de executar, mesmo sendo PT-BR, onde o dpkg é o programa que faz a instalação dos pacotes .deb (slides 25 a 27); a remoção de pacotes desnecessários, como pacotes de idiomas sem uso (slide 28); o particionamento e a montagem das partições básicas (slide 29); a instalação do bootloader (slide 30); a remoção de pacotes extras (slides 31 e 32, onde, no caso da instalação mínima, a exclusão dos programas que são instalados por padrão - sim, o sistema instala tudo primeiro para depois remover o que não precisa, o que pode levar algum tempo a mais do que o normal), instalação e configuração do kernel que está na ISO (slide 33), o download e a atualização dos componente, conforme opção selecionada no começo da instalação (slides 34 a 36); finalizando com o salvamento do log de instalação (slide 37); ao terminar, caso esteja no modo Live, o assistente avisa que você pode continuar testando antes de reiniciar (slide 38).


Antes de reiniciar, o sistema vai confirmar se o CD ou pendrive foi removido (cujo procedimento não é obrigatório, mas pode evitar atrasos na reinicialização), cuja mensagem também está somente em inglês.



Normalmente, ao inicializar, o sistema não exibe a tela completa do GRUB a menos que você clique com algum botão (exceto o ENTER) durante este modo, que pode ser percebido graças à moldura mais escura (conforme visto acima). No mais, o formato da tela é semelhante ao do menu visto no menu de instalação em modo UEFI, com a diferença da cor cinza e estar disponível sendo modo legado ou não; além disso o sistema pode identificar se o Windows está instalado, exibindo a opção Windows Boot Manager. Em minhas experiências com o Android x86, o inicializador do Ubuntu, por sua vez, não o identifica por padrão. Caso dê algum problema, é possível selecionar o kernel a ser iniciado (por padrão, ao realizar as atualizações, o sistema sempre deixará a versão anterior como redundância caso necessário).


Dependendo da configuração da máquina, você pode acabar vendo a tela acima, que nada mais é que a tela de autenticação no modo texto, usada por padrão na versão Server. No caso pode-se dizer que aparece por engano e, dessa forma, não precisa fazer mais nada a não ser aguardar.


E então chegamos à tela de autenticação no modo gráfico. Ela, na verdade, é um componente separado, independente do ambiente MATE em si, chamado LightDM (também padrão no Linux Mint e no Ubuntu durante sua fase Unity, que também o utilizava como tela de bloqueio - existem outras telas de autenticação, como, por exemplo, o GDM, padrão do projeto GNOME), que é bem simples e direto. Caso você erre a senha, você será informado e aparecerá um olho caso você queira ver o que está digitando (slide 2); o recurso também suporta a entrada sem a senha, podendo ser visto ao fazer logoff no modo Live, mas é pouco provável de presenciar em condições normais, pelo sistema praticamente obrigá-lo a usar senha por razões de segurança (slide 3); há também as opções de acessibilidade (slide 4); o teclado virtual (slide 5); o modo de alto contraste (slide 6); ajuste de teclado (slide 7); informação básica de horário (slide 8); o menu de desligamento (side 9), que exibe a opção distinta do sistema em si (slide 10, que também era padrão no Ubuntu 11.04 a 16.10). Ele também exibe o nome da máquina e, caso haja mais de uma interface instalada (por exemplo, além do MATE, tiver o Cinnamon instalado posteriormente), vai aparecer um ícone ao lado do nome do usuário para fazer a alternância. Por padrão o usuário root (também conhecido como super usuário, equivalente ao Administrador no Windows) não é exibido. E, diferente do Mint, o usuário Convidado não é habilitado por padrão.


E esta é a interface principal padrão do Ubuntu MATE 20.04 LTS. Caracterizada por duas barras, onde a superior fica o Menu/Apps fixados/Indicadores e a inferior exibe os aplicativos abertos, após o botão para exibir a Área de Trabalho, além da exibição para alternar em até 4 Áreas de Trabalho e, por fim, a Lixeira. No mais, esta interface remete bastante os primórdios do Ubuntu, contudo é mais otimizada para uso com monitores CRT, por causa da proporção letterbox (4:3), não sendo a melhor opção para monitores modernos, podendo ser modificada como veremos daqui a pouco.

De cara, o usuário é notificado de uma nova versão de longo suporte (lembrando que o suporte oficial desta flavour terminou em Abril de 2023, porém sua base, que é o Ubuntu normal, vai até 2025 por padrão, ficando como uma espécie de "suporte estendido" para as versões comunitárias do SO da Canonical, cujos elementos remetentes à interface e softwares exclusivos não são mais atualizados). 

Normalmente, em versões de longo suporte do Ubuntu (chamadas de LTS, lançadas nos anos pares por volta de Abril) com mais de 3 anos após seu lançamento e nas versões intermediárias (geralmente lançadas em Outubro e em Abril nos anos ímpares) após o fim de seu suporte padrão de 9 meses, é recomendável fazer a atualização. Para esta análise, o procedimento foi cancelado (isto também pode ser ajustado mais adiante).


Bem vindo


E o Ubuntu MATE apresenta seu usuário com uma tela de boas vindas (também inspirada em versões antigas do Ubuntu principal) bem polida e, no geral, bem traduzida para o PT-BR. Como você verá a partir da próxima imagem, é uma apresentação bastante útil, funcional e competente, mas que foi removida a partir da versão 24.04.

Ao iniciá-lo pela segunda vez, a tela acima é exiba antes da tela principal.

E pode ser que, durante alguma execução, a tela acima seja exibida, solicitando o envio de dados de telemetria que ajudam a aprimorar o sistema.


Os dois primeiros botões, Introdução e Funcionalidades, apresentam e resumem conceitos e objetivos do sistema, buscando provar que ele é estável, familiar, confiável e mais seguro e flexível que o Windows.



Antes de prosseguir, eu preciso destacar que o assistente de boas vindas é ligeiramente diferente no modo Live, substituindo o botão Começando por Ajuda na Instalação, disponibilizando as informações necessárias antes de instalar o sistema, dividido em tópicos (slide 2), como os Requisitos Mínimos (slide 3), recomendações pré-instalação (slides 4 e 5), instruções para dual boot (slide 6), com abordagem básica (slide 7) e avançada (slide 8); além disso, o botão Software é substituído pelo botão Instalar Agora (que inicializa o Ubiquity) e os botões Seleção de Boutique e Seleção de Cores (que eu explicarei daqui a pouco) não são exibidos.



Voltando para o botão Começando, a seção também é dividida em tópicos (slide 1), indicando procedimentos para atualizar o sistema, instalar os codecs (caso não tenha sido feito na instalação e instruções para habilitar suporte a discos blu-ray, se necessário (slide 2); customização, com protetores de tela (em caso de monitores CRT ou AMOLED), temas e papéis de parede adicionais (slide 3), que exigem acesso privilegiado, exibindo um autenticador semelhante ao UAC do Windows (slide 4) e o processo de instalação em modo gráfico (slide 5), além da janela do Atualizador de programas, que detalharei mais para frente (slide 6); em Drivers, caso seja necessário, pode buscar por drivers adicionais, caso tenha algum componente proprietário, além de instalar Pacote de Firmware (o que eu recomendo em qualquer cenário), opções Gráficas (identificando que estou usando uma máquina virtual) e detalhes para outros componentes específicos (slides 7 a 10); em Linguagem e métodos de entrada, caso queira revisar o suporte ao idioma instalado (que detalharei também mais adiante) ou habilitar suporte para linguagens da Ásia (slide 11); em Tarefas opcionais, temos a opção para fazer backup, instalar e habilitar o Firewall (que também falarei daqui a pouco, mas já adianto que não deveria ser opcional) e ajustes nos Usuários (slides 12 a 14), todos acessíveis no Centro de Controle, que cumpre a função semelhante ao Painel de Controle do Windows no modo clássico, que também falarei com mais detalhes (slide 15); além do resumo dos atalhos de teclado, que, embora o sistema facilite para ser familiar para quem já tem conhecimentos prévios, alguns podem ser ligeiramente diferentes dos encontrados no Windows (slide 16) e, por fim, as Especificações da máquina, onde, no modo básico, mostra um resumo das informações do sistema (slides 17 e 18) enquanto nos Utilitários são apresentados aplicações úteis para acompanhamento e gerenciamento do sistema (slides 19 e 20).



Caso queira se envolver mais com o projeto, tem as opções Comunidade, para saber as novidades (slide 1); Bate-papo, caso queira estar mais próximo dos desenvolvedores (slide 2); tem o botão com o link oficial de adesão (slide 3); tem os produtos oficiais da marca, provavelmente com distribuição especifica, pela tela não ter sido traduzida (slide 4); além de opções para financiar o projeto (slide 5); em seguida, tem a tela para selecionar o navegador, incluindo acesso fácil para opções populares, como o Chrome/Opera/Edge/Vivaldi, que, por ser totalmente de código aberto, não estão nos repositórios oficiais do Ubuntu mas são disponibilizados pelo Ubuntu MATE, incluindo a exibição de como o sistema remove componentes (slides 6 e 7); além da seleção de cores, onde, por ser um recurso introduzido em versões mais recentes do projeto, não está traduzido (slide 8).



Vamos aproveitar e falar um pouco da Software Boutique, a "loja" de apps padrão do Ubuntu MATE (também substituída pela nova Loja introduzida com o Ubuntu 24.04), que nada mais é que uma coleção de aplicações selecionadas por curadoria feita pelos desenvolvedores do sistema, dividido em diversas categorias (por isso as aspas), onde, caso não tenha o que procura, você pode instalar a loja padrão ou utilizar o bom e velho Synaptic (um dos mais antigos gestores gráficos de pacotes para Linux, criado originalmente pela equipe da antiga empresa brasileira Conectiva - uma das primeiras a distribuir um sistema Linux funcional e intuitivo ainda na década de 90 até sua fusão com a empresa francesa Mandrake em 2004, gerando o histórico e já obsoleto sistema Mandriva, que foi resgatado através de forks - sendo a base do atual atualizador de pacotes do Linux Mint), caso seja um usuário mais avançado.



Por fim, temos um dos principais recursos do Ubuntu MATE, que é a seleção de layout, disponibilizando oito opções de design que melhor atendam o usuário (que inspiraria outros sistemas a implementar algo parecido, como a distribuição irlandesa Zorin OS - personalizando a interface GNOME, onde parte dos visuais são disponibilizados em versão paga - e o projeto brasileiro BigLinux - personalizando a interface KDE, totalmente gratuito), onde, além da Familiar (a interface padrão já citada), temos a Multiny (como o nome sugere, uma variação da interface Unity, que detalharei a seguir), a Redmond (uma variação da interface que tenta lembrar o Windows XP - bem semelhante à interface padrão do Linux Mint com MATE), a Cupertino (que faz uma variação da interface do MacOS), a Traditional (uma reconstrução mais fiel da interface do GNOME 2), a Contemporary (uma Familiar com menus globais e botões de janela à esquerda), a Netbook (uma barra única, que tenta agrupar o máximo de elementos possível, a fim de tornar o espaço mais enxuto) e a Pantheon (uma variação da interface da distribuição Elementary OS, projeto ambicioso que também se inspira no sistema da Apple); já no slide 10 temos o Menu que é usado exclusivamente na interface Redmond; no slide 11 temos o menu padrão do sistema, utilizado nas interfaces Familiar, Contemporary e Netbook; no slide 12 temos o menu em tela inteira utilizado nas interfaces Multiny (aliás, bem mais simplório que o menu do Unity original), Cupertino e Pantheon; e no slide 13 temos o menu exclusivo do modo Traditional.



Pela minha experiência com o Ubuntu 16.04 e com a interface Unity, eu escolhi o design Multiny para o meu uso com o Ubuntu MATE 20.04 durante todo o período em que estive com o sistema instalado em meu laptop, por causa do menu global e a otimização do espaço com os apps, que eu aprimorei graças a um ajuste alternativo (provavelmente não previsto pelos desenvolvedores), onde eu abro diversos aplicativos até ocupar toda a barra e, entre a lixeira e o app mais próximo, eu clico sobre o botão direito e clico em Propriedades (slide 6), ajustando o painel para se ocultar automaticamente (slide 7) e defino a cor para transparente (slide 8), dando o efeito mostrado nos slides 9 e 10; dependendo da resolução, o menu pode ser exibido em tamanho parcial (slide 11); aproveito também para demonstrar o funcionamento do painel superior, que é mais ou menos parecidos em todos os designs (exceto que, exclusivamente no Multiny, temos botões para configurar a área de trabalho e que dão acesso às respectivas pastas localizadas em /home/<nome do usuário>, confirme mostrados nos slides 3 e 4), podendo ajustar o comportamento para desativar o menu global e deixar o título em negrito (slide 12); aqui temos o menu de notificações, que é uma implementação muito básica deste recurso (slide 13); o menu de rede (slide 14); o menu de bateria (slide 15); o menu de áudio (slide 16); o menu de data e hora (slide 17); o menu de desligamento e a janela de desligamento em si (slide 18 e 21, respectivamente). que contém, dentre outros elementos que ainda serão mostrados, o ambiente de ajuda, usado por vários apps (slide 19); um menu de erros, que pode aparecer ocasionalmente (slide 20), sem deixar de citar que, no slide 2, temos o menu de contexto principal, onde eu senti falta de uma opção para ajustar a resolução do monitor.



Junto com a "gambiarra" que eu citei, não posso deixar de citar o Brisk Menu, que tem um menu de configuração próprio (também usado no Linux Mint) e seus problemas de estabilidade (slide 5) - que causavam bugs na interface (slide 3), podendo até inicializar já com problema e o menu não sendo exibido (slides 4 e 6) - deram bastante dor de cabeça aos desenvolvedores, que decidiram fizeram mudanças a partir da versão 21.04, o que afetou diretamente a interface Multiny a partir do MATE 1.26 e da versão 22.04 da flavour, usando o Plank (a dock usada nos modos Cupertino e Pantheon, cujos menus de configuração são mostrados nos slides 7 a 9) para compor o painel de apps abertos, aliado ao botão de menu, que foi movido para o canto inferior direito, bloqueando a maximização da janela até os limites do painel, perdendo a vantagem da barra de título ficar embaixo do painel superior e a economia de espaço. É por isso que considero a versão 20.04 a última com experiência mais próxima do Unity original e não quis atualizar para versões posteriores do sistema.



Já a tela de bloqueio, que, particularmente, acho horrorosa (preferia que tivessem mantido o LightDM nessa função), é um retângulo no centro, com hora e data (este segundo no padrão americano, erro que não é raro de ver em outros ambientes, como o próprio Cinnamon), um campo de senha e quatro botões: Deixar mensagem (slides 2 e 3, caso alguém queira deixar algum recado para o usuário que se autenticar, mas não sabe a senha), o Trocar Usuário (slide 6), um botão Cancelar e o botão Desbloquear (que pode ser acionado pelo teclado com o ENTER), onde, caso digite a senha errada, o retângulo treme e dispara o aviso abaixo do campo de digitação da senha (slides 4 e 5).


Centro de Controle


Este é o painel de configurações do Ubuntu MATE 20.04 LTS, como eu já citei anteriormente de forma breve, reunindo as principais configurações do sistema, divididos em cinco seções: Administração, Hardware, Internet e Rede, Visual e Comportamento e Pessoal.


Este é o gestor de backups de várias distribuições GNU/Linux, o dejadup, que, no caso do Ubuntu MATE 20.04, não vem instalado por padrão (repare na barra principal, cujo design é característico dos apps feitos para o GNOME 3.x, não estando bem adaptados fora de seu ecossistema).

Este é o Gufw, uma interface para o comando ufw, que é um app via texto que simplifica o robusto e famoso firewall para Linux iptables, que, como já foi citado na parte da instalação, também não vem por padrão (o que é um equívoco para um sistema que se conecta à internet), mas,  após ser instalado, vai exigir acesso administrativo para ser aberto e, em uma chave (Estado), o firewall será habilitado, adicionando uma importante camada de segurança ao sistema, algo que a Microsoft já aprendeu há vários anos, desde o Windows XP Service Pack 2, de 2004. Caso você lide com torrents, siga as dicas mostradas em Primeiros passos, pois, diferente do SO da Microsoft, o Ubuntu MATE não avisará da necessidade de habilitar as portas para uso de determinados recursos.


Estas são as configurações de rede, herdado do Ubuntu na era Unity (e ainda utilizado no Linux Mint), sendo uma opção bastante robusta de configuração (tanto ou até mais que o Windows), destacando apenas um pequeno erro na interface mostrado nos slides 9 e 10, que não afeta o funcionamento do recurso; também inclui, nos slides 12 e 13, a configurações de proxy, que está separado; o sistema notifica quando há alteração na conexão, sendo que a mensagem de desconectado, curiosamente, não foi traduzida (slide 14) enquanto a mensagem de conexão está localizada corretamente (slide 15).



Este é um aplicativo clássico do Ubuntu, desenvolvido nos primórdios do sistema, que é a gestão de programas e atualizações, simplificando o ajuste dos repositórios oficiais (slide 1), dos PPAs (como eu disse anteriormente, são repositórios comunitários que usam a infraestrutura da Canonical, sendo o AUR dos sistemas Arch uma implementação semelhante) e repositórios alternativos/terceiros (que funcionam também no Debian), que vieram ao longo do tempo (slide 2); a gestão das atualizações (slide 3); da gestão das chaves de segurança (slide 4), dos Drivers Adicionais, já citados durante a fase de instalação (slide 5); da opção de receber pacotes experimentais e, provavelmente, instáveis, sendo uma espécie de Release Preview, se comparado com o sistema de atualizações do Windows (slide 6) e a aba referente ao Ubuntu Pro, uma iniciativa focada no público corporativo que visa estender o suporte do sistema e dá outras opções, que passou a ser disponibilizado para uso não comercial em até 5 máquinas gratuitamente mediante criação de conta, cuja aba não existia originalmente, pelo recurso não ter ficado pronto a tempo do lançamento da versão 20.04 e foi disponibilizado posteriormente via atualização (slide 7), sendo um dos recursos, o Livepatch, que é a aplicação de certas atualizações que, normalmente demandariam a reinicialização do sistema, sem precisar desligar, aproveitando para destacar o formato das notificações do sistema (slide 10); agora, caso seja feita alguma alteração nos repositórios, o app vai perguntar se deseja reconfigurar o cache (slide 8), cujo processo é diferente do normal, apenas mostrando uma barra de progresso (slide 9); aliado ao gestor, temos o app que busca e realiza as atualizações propriamente ditas, que, ao longo dos anos, recebeu poucas mudanças, como o bem vindo suporte à remoção de pacotes desnecessários, o suporte à questionável atualização automática dos pacotes Snap e, no caso da versão 20.04, dicas relacionadas ao Ubuntu Pro ao término do processo, no mais, em caso de atualização de kernel e componentes chave do sistema, ele pedirá a reinicialização periodicamente (slides 11 e 12).



Este é o aplicativo que faz a gestão das impressoras, também amplamente utilizado pelas distros, desenvolvido pela Red Hat (uma das empresas pioneiras na comercialização de sistemas baseados em Linux, além de ser a mantenedora do sistema Fedora), onde vale destacar que, o uso de impressoras em sistemas baseados em Unix (de onde se deriva o Linux, o BSD e o Mac OS), que se beneficia de uma tecnologia desenvolvida pela Apple chamada de CUPS, que são os drivers necessários para o funcionamento de tais dispositivos sem muita complicação, praticamente plug and play, onde até a HP ajuda a compatibilizar e disponibilizar drivers abertos num projeto colaborativo chamado HPLip (onde o suporte a impressoras mais recentes depende da versão desses componentes, que provavelmente não são disponibilizados via repositórios oficiais, precisando de acesso alternativo. Contudo, em minhas experiências, imprimir, digitalizar e copiar no Linux não tem grandes surpresas. Não posso deixar de citar que é possível ter uma impressora PDF padrão, sem o uso de apps de terceiros, instalando o pacote printer-driver-cups-pdf (slide 11).



Mais um aplicativo bastante embarcado nos SOs do pinguim por aí afora é o gestor de Bluetooth, chamado Blueman, que também é bastante detalhado (tendo até recurso de envio de mensagem, conforme mostrado no slide 11, provavelmente utilizado em casos específicos, dado o erro mostrado no slide 12) e cumpre sua função, contudo, preciso destacar alguns detalhes: o fato do Bluetooth estar habilitado por padrão e não ter uma opção acessível para iniciar o sistema com o recurso desligado, podendo até ser um fator que afete a segurança (é preciso recorrer a procedimentos avançados utilizando o terminal para resolver esta questão); o fato de não ter um medidor de bateria para acompanhar o consumo de dispositivos como fone sem fio e, em minhas experiências, embora tenha funcionado bem, tive alguns problemas isolados de desconexão e o aplicativo não conseguia reconectar, truncando em mensagens de erro, obrigando ao reparo e até, em casos extremos, a reinicialização do sistema.



Outro aplicativo clássico dos sistemas baseados no Ubuntu é o Suporte a Idiomas, que faz toda a gestão gráfica da localização do sistema. Ao abrir, ele realiza uma checagem do suporte e, caso esteja rodando pela primeira vez, ele vai pedir para atualizar os repositórios (slides 1 a 6) e caso o suporte esteja incompleto, será mostrado um aviso (slides 7 e 8); por padrão, o Ubuntu MATE terá 8 idiomas configurados por padrão (slide 9), onde, ao atualizar o cache, todos os idiomas suportados são disponibilizados (slide 10), podendo ser ajustado para deixar somente o Português, mas o assistente sempre deixará as variações do Brasil e Portugal, nesta ordem, como a configuração mínima (slide 11), podendo também revisar as opções regionais, como data e moeda (slide 12) e aplicar em todo o sistema (geralmente exigindo o logoff para o procedimento ser realizado);  caso seja feita a alteração de idioma de Inglês para Português, por exemplo, após o logoff, o sistema vai solicitar o ajuste das pastas localizadas em /home (slide 13); qualquer problema mais específico é só rodar, via terminal, o comando sudo dpkg-reconfigure locales e seguir o passo a passo (slides 14 a 16).



Aqui são as opções referentes ao teclado, divididos em atalhos (slides 1 e 2) e as preferências do componente em si (slides 3 a 9), sendo bastante completos (inclusive em comparação ao Windows) e, com base em minha experiência, é muito improvável a necessidade de fazer algum ajuste além do padrão, a menos para alguma situação extremamente específica; também inclui, no slide 10, a configuração básica do mouse, bem semelhante ao SO da Microsoft.



A seguir vem a parte de personalização, onde o sistema vem com o clássico tema Ambiance (usado desde os primórdios do Ubuntu), aqui numa variante exclusiva para o MATE, que, embora caísse muito bem nos padrões de design, já estava bastante ultrapassado e precisava de uma repaginada (que veio graças ao tema Yaru introduzido pelo Ubuntu no começo de 2021, que falarei mais adiante). O recurso, em si, é bem completo, permitindo o ajuste da janela, cursor do mouse, ícones e fontes; já no plano de fundo, a partir do slide 7 até o 10, faz muita falta uma opção nativa para Apresentação de slides, ao definir múltiplas imagens como papel de parede (precisando de soluções de terceiros para fazer essa tarefa, como também falarei daqui a pouco); também temos as opções de fontes (slides 11 e 12) e ajustes finos de interface (slide 13); separado temos a configuração de proteção de tela (slide 14), de vídeo (slide 15) e, por fim, os ajustes do LightDM, que exigem acesso administrativo, onde, caso haja alteração de temas, as opções sejam replicadas aqui para não ter incoerências durante os modos, como eu já expliquei anteriormente (slides 16 a 18).



Quanto ao som, seu gestor tem as principais opções, embora a parte de teste de áudio não tenha sido traduzida e eu tenha sentido falta de uma opção para alternar mais facilmente do áudio do note para o do fone, por exemplo, mas, no geral, atende bem. Além disso, o sistema ainda faz uso do PulseAudio para gerir o som, mas é possível instalar o seu sucessor, PipeWire (incluído por padrão na versão 22.04, onde alguns apps mais modernos podem exigi-lo), seguindo os passos descritos no site do projeto (recomendado somente para usuários avançados - no meu caso, precisei para testar o app flatpak GNOME Tela Via Rede, que falarei mais adiante), onde, em minhas experiências, funcionou sem grandes problemas.



O sistema conta com duas opções relacionadas à gestão de usuários, onde o primeiro é bem básico, permitindo apenas a alteração da foto de perfil e da senha (slides 1 e 2), já o segundo (slides 3 a 12), bem mais avançado, além de ter os mesmos recursos do básico, também faz a gestão dos grupos, informações adicionais como cartão de visita e delegação de funções, além de ajustar seu perfil, como usuário comum ou administrativo (slide 12).



Para encerrar esta seção, vou citar rapidamente as outras opções disponíveis no Centro de Controle: as configurações do teclado virtual (slide 1), o visualizador de fontes do MATE, que não serve muito bem para uma gestão mais avançada, como gerir as fontes instaladas, precisando instalar o app Fontes do GNOME para isso (slide 2); o visualizador de logs (slide 3); o app de senhas e chaves, que eu citei durante a instalação (slide 4), as configurações de notificação, que, como eu citei antes, é muito básico se comparado com o Windows ou Android, que dão uma importância maior ao recurso, não sendo um problema exclusivo do MATE (slide 4), as preferências dos aplicativos de sessão, que gere os apps que inicializarão junto com o sistema (slides 5 e 6); a gestão de energia, separado num app que mostra as estatísticas, como dados do componente e consumo (slide 8) e as preferências em si, bastante simples, não dando opções como perfis de energia, precisando de opções de terceiros para tal, conforme falarei mais adiante (slides 9 a 11); as preferências do compositor de janelas, que é uma gestão padrão da interface (slide 12 a 14); tecnologias assistivas, que é um gestor das opções de acessibilidade, também muito básico, não dando a opção de teclas de alternância, precisando de apps de terceiros para isso (slide 15); por fim, as configurações de data e hora, onde o slide 16 é a versão padrão do sistema (cujo título não foi traduzido), contudo, o sistema tem escondido um outro app parecido (slide 18), com a diferença que o primeiro é mais integrado ao systemd (gestor de serviços padrão do Ubuntu desde o 15.04) enquanto o app legado funciona melhor com serviços como o openntpd, mas que não se integra bem ao sistema e por isso foi depreciado.


Aplicativos nativos



Comecemos esta seção com o gerenciador de arquivos padrão do MATE, chamado Caja, que é um fork bem fiel do Nautilus da época do GNOME 2, inclusive no visual (que já acho um tanto ultrapassado), mas que vai atender bem o usuário, contando com recursos básicos e modernos (inclusive com abas, algo que o Windows só adotaria em 2023), sendo muito bom no processamento de miniaturas e, no geral, mais robusto que o Thunar e o PCManFM (apps equivalentes do XFCE e LXDE/LXQT, respectivamente), contando com integração ao protocolo Samba, que permite comunicação com o SO da Microsoft (slides 7 e 8, que, em minha experiência, não funcionou muito bem, por incompatibilidades com o grupo de trabalho); sua janela de propriedades é bem parecida com do Windows e até tem, por padrão, recursos exclusivos, como os emblemas e notas, contudo, não possui uma aba de propriedades avançadas (slides 10 a 15); das configurações do Caja, também não deve muito ao SO da Microsoft (slides 16 a 22), suportando, inclusive, plugins que aprimoram a experiência (que falarei mais adiante); também suporta bem dispositivos removíveis, raramente dando problemas na montagem, suportando a remoção segura, porém com a notificação não traduzida (slides 23 a 26); o procedimento de cópia é bom mas pode ser, no geral, mais lento em comparação com o Windows (pela natureza do sistema de arquivos - inclusive, é necessário tomar um cuidado especial ao fazer cópia para dispositivo NTFS, já que o suporte no Linux, por ser um recurso proprietário, é inferior e pode causar corrupção de dados, recomendando a desfragmentação e a verificação de erros periódica), onde, no caso do Caja, é usado um indicador enquanto a operação é realizada, notificando quando terminar - algo que não tem no Nemo, por exemplo (slides 27 a 29); no slide 30, caso queira fazer acesso administrativo, o Caja alertará o usuário dos riscos e, no caso dos designs Multiny, Cupertino, Netbook e Pantheon, este modo é caracterizado pela barra de menu fora do menu global e abaixo da barra de título; no slide 31 tem uma opção, provavelmente incorporada d o GNOME que é a restauração de arquivos que estão em um backup, seja local ou na nuvem (semelhante à opção no Windows, que usa um recurso usado cópia de sombra de volume, de onde a Restauração do Sistema se baseia), cuja opção no menu não está traduzida e pode ser útil em determinados cenários, embora eu não tenha testado; por fim, no slide 32, temos apenas o Caja no modo Multiny em tela cheia.



O Ubuntu MATE traz, por padrão, a ferramenta de instalação gráfica de pacotes .DEB, o também bom e velho GDebi, que lê o arquivo, identifica a necessidade de dependências (se está satisfeito ou se não, mostra a quantidade necessária e, se não disponível nos repositórios do sistema ou gera algum conflito, vai informar o erro), faz a instalação mediante autenticação root e, ao concluir, ele atualiza os botões para reinstalar ou remover.



O Terminal do MATE não tem muitas surpresas e é mais do que suficiente para um uso comum, inclusive suportando o uso de abas (o que já é um aprimoramento, pois o terminal do Ubuntu 16.04 não tinha este recurso, isto sem citar o do Windows, que é uma solução pós-2020); também suporta planos de fundo e customizações relacionadas (porém pode comprometer o uso de senhas, já que, por padrão, não é exibido nenhum indicador do quanto você digitou, onde, ao deixar o fundo transparente, por exemplo (como no slide 16), os asteriscos serão exibidos, podendo ser algo indesejável em determinados cenários); no mais, quero destacar o VirtualBox Additions (slide 13), que, diferente do SO da Microsoft, no Linux ainda é em modo texto e é um procedimento mais complexo do que somente a cópia dos arquivos, pois ele compila (em termos gerais, é um processo de desenvolvimento de software que transforma código em texto em um executável de dígitos binários para ser interpretado pelo computador) módulos próprios para o kernel, podendo levar algum tempo; temos o Neofetch, utilitário que mostra as informações do sistema personalizadas (mas que foi descontinuado em 2024, tendo um sucessor, o Fastfetch, disponível para instalação no 20.04 apenas manualmente clicando aqui); e quero aproveitar para falar das opções disponíveis na barra de títulos ao clicar com o botão direito sobre ela, destacando a opção Sempre no topo, que permite deixar qualquer janela sobre todas as outras, além da ausência da opção de ocultar a barra de título (disponível no KDE e LXDE), a fim de ganhar algum espaço com determinados programas - cito o Pale Moon e o LibreOffice, que não possuem função nem a intenção para otimizar esta área.



Em seguida, temos o Monitor do Sistema, que é o gerenciador de tarefas do Ubuntu MATE, tendo também, curiosamente, a função de mostrar o resumo oficial do sistema em sua primeira aba (o que é bastante incomum e nunca vi mais nenhuma outra interface fazer isso, sendo uma das heranças do GNOME 2), cuja gestão de processos é básica e longe de ser prático (ainda que tenha um bom sistema de buscas, sua gestão é um tanto confusa, onde o comando de terminal top e suas variações podem ser mais eficientes), mas a aba Recursos não é ruim e também tem uma aba que resume o espaço livre dos dispositivos montados; no geral, lembra bem a versão do Windows XP, sentindo falta de uma aba dedicada aos serviços do systemd; como o aplicativo não possui um indicador próprio para visualizar as informações como consumo de CPU/Memórias/Disco, recomendo o app multiload-ng, do projeto Webupd8 (slides 11 a 14), que é integrado ao Monitor do MATE (diferente do multiload presente no repositório oficial, que está abandonado e só suporta o Monitor do GNOME), sem deixar de mostrar o PSensor, que é a opção oficial indicada pelo sistema (slide 15).



Eis que temos a feature killer, que diferencia o MATE do Ubuntu MATE de outros sistemas com a mesma interface: embora não tenha tantos recursos, o MATE Tweak faz a gestão dos ícones da área de trabalho (slide 1), sendo o app por trás da gestão dos designs, além de disponibilizar recursos adicionais como o HUD (herdado do Unity, que é uma barra de pesquisa suspensa para buscar as funções em qualquer aplicativo) e indicadores para botões do teclado, que, particularmente, não são a melhor opção (slides 2 e 3); além de uma gestão mais avançada das janelas e compositor da interface, burlando o padrão do design selecionado (slide 4).



Enquanto o Windows possui boas opções como o 7-Zip, no Linux temos vários gerenciadores de arquivos compactados que vem nativamente em cada projeto (como o File Roller para o GNOME e o Arc para o KDE), sendo o Engrampa o aplicativo oficial do MATE, que é bem competente e suporta diversos formatos (slide 3), estando bem integrado ao sistema (slide 2), onde eu demonstrei a compactação de arquivos aleatórios no formato padrão (slides 2 a 4); detalhei a interface, que é bem intuitiva e familiar (slides 4 a 16) e a descompactação do arquivo criado (slides 17 e 18), sem grandes problemas.



Para encerrar logo a sessão, aqui vai um resumo dos outros apps nativos presentes out-of-the-box (caso não tenha selecionado a opção Mínima na instalação):

  • Não pode faltar a suite de escritório open source LibreOffice, ainda na versão 6 no repositório oficial; apesar de já ter a barra de abas, prefira o PPA da equipe, Flatpak ou Snap para se manter atualizado (slide 1);
  • A Calculadora do MATE, bem funcional e, particularmente, até mais bonita que as opções GNOME e KDE (slide 2);
  • A ferramenta de buscas, que eu nunca usei muito mas pode ser útil (slide 3);
  • O reprodutor de mídia Celluloid (baseado no famoso projeto mpv), na versão 0.18, bem adaptado à interface e a versão do repositório oficial pode ser melhor que a do Flathub (slide 4);
  • O app de câmera Cheese, que funcionou muito bem comigo (slide 5);
  • O Dicionário MATE (slide 6);
  • O GNOME Discos, já citado anteriormente (slide 7);
  • A ferramenta de captura de tela, cujos atalhos de teclado funcionam bem, mas, para capturar uma área específica, é preciso abrir o app (slide 8);
  • O analisador de uso de disco do MATE, bem útil para ver o que mais está consumindo espaço (slide 10);
  • O GParted, que é uma versão mais robusta e avançada do GNOME Discos (slide 11);
  • O Magnus, que é o app de lupa (slide 12);
  • O mapa de caracteres do MATE (slide 13);
  • O visualizador de imagens, bem funcional e direto ao ponto - contudo, não suporta nativamente codecs como HEIC e WEBP, onde o primeiro pode ser achado no repositório oficial como heif-gdk-pixbuf e o segundo através deste PPA (slide 14);
  • O Shotwell, que é um app de galeria e organizador de fotos (slide 16), destacando a opção de usar múltiplas imagens como  papel de parede que funciona na interface Unity mas não no MATE (slide 17);
  • o app de cores, caso queira saber informações de uma cor específica (slide 18);
  • O app de scanner do GNOME, que funcionou muito bem em minhas experiências (slide 19);
  • O clássico reprodutor de áudio Rhythmbox, atualmente abandonado mas bem integrado ao MATE da mesma forma que era no Ubuntu, suportando plugins, cujas opções como equalizador, não disponível nativamente, podem ser adicionadas por este PPA (slides 19 e 20);
  • O Redshift, que controla a luz azul, dependia do serviço de geolocalização da Mozilla, o geoclue (que foi desligado em Junho de 2024), cujo app não suporta ajuste manual, mas que pode ser feito seguindo os passos descritos aqui (slide 21);
  • O editor de texto básico Pluma, bem leve, com suporte a abas e direto ao ponto (slide 22);
  • A ferramenta de montagem de imagens ISO, que não está traduzido mas é recurso interessante estar como um app nativo (slide 23);
  • E o gerenciador de emails Evolution, bem coeso e integrado ao sistema, lembrando um pouco o antigo Outlook Express do Windows (slide 24).


Outras informações



Embora não venham instalados nativamente, não posso deixar de falar dos jogos do projeto GNOME, historicamente integrados ao Ubuntu, com diversas opções, destacando aqui o Minas, que é uma versão do clássico Campo Minado (slide 7), o Nibbles, que é uma releitura do clássico jogo Snake, popularizado pelos celulares da empresa finlandesa Nokia (slide 8); o AisleRiot, com diversas opções de jogos de cartas, tendo, é claro, o famoso Paciência como principal - o app não é propriamente do projeto e está abandonado, recebendo apenas revisões pontuais (slide 9); o Quadrapassel, uma versão do popular Tetris (slide 10), o Reversi, que o Windows tinha desde sua primeira versão até descontinuar em 1990 (slide 11), além de um jogo de xadrez (slide 17); todos os citados e muito mais possuem versões em Flatpak.



Um dos problemas que eu enfrentei no Ubuntu MATE foi a falta de uma opção nativa para imprimir múltiplas imagens de uma vez, como é possível fazer no Windows. E graças ao plugin caja-pdf-tools, feito pelo desenvolvedor espanhol Atareao, eu consigo contornar este cenário, permitindo o ajuste das imagens selecionadas, visualizando a impressão antes de salvar o arquivo PDF. Estas e outras extensões úteis podem ser encontradas em seu PPA, que também tem uma versão para o Nautilus e o Nemo.



Eu quase esqueci de citar que o Ubuntu MATE tem uma opção nativa para renomear múltiplos arquivos de uma vez, sendo bem robusta e completa, sem precisar de um app de terceiros (embora não seja tão prático quanto no Windows, que dá para fazer isso automaticamente, ainda que não tenha todas as opções que estão disponíveis nesta aplicação, podendo ser muito útil).



Conforme eu já citei, o Ubuntu MATE carece de uma opção nativa para definir múltiplas imagens como papel de parede e, como o Shotwell aqui não funciona neste aspecto, é necessário recorrer ao Variety que, além de poder usar as fotos que estão no sistema, ele tem integração com vários serviços da web. Mais informações de como instalar podem ser vistas aqui.



O usuário no Linux está bem servido quando o assunto é navegador Web, onde, como eu já citei, o Ubuntu MATE permite a instalação de diversas opções populares diretamente pela sua boutique sem nenhuma dificuldade. No meu dia a dia, outros apps que não constam nas opções oficiais também podem ser instalados sem grandes problemas, onde opto por usar suas versões Appimage - empacotamento focado em portabilidade e o pioneiro no mundo Linux em tentar reunir todas as dependências de um programa em um único arquivo - mas também podem ser localizados no Flathub e também estão disponíveis no formato DEB:

  • O GNOME Web, conhecido internamente como Epiphany, usa motor Webkit (o mesmo do Safari, da Apple, e do Chrome em seus primórdios antes de mudar para o Blink na longínqua versão 38), recomendando especificamente a versão Flatpak ao invés do disponível no repositório oficial, que é muito antiga, onde, no geral, funciona sem grandes problemas mas não tem tantos recursos e só deixava para ficar como browser padrão do sistema (slide 1);
  • O Vivaldi, do criador do famoso browser Opera, recheado de recursos, mas com partes do código proprietário (slide 2);
  • O Brave, bastante focado em privacidade e atualizado em linha com os patches do projeto Chromium (slide 3);
  • O Librewolf, uma versão do Firefox mais focada em privacidade, sendo meu browser principal baseado em Gecko (slide 4);
  • O Ungoogled Chromium, projeto comunitário que remove os códigos e a integração relacionados à Google, sendo o meu browser primário baseado em Blink (slide 5);
  • O Pale Moon, um fork retrô inspirado no Firefox 4 a 28, que considero o melhor para reprodução e carregamento de vídeos em cache (slide 6);
  • O Floorp, outro fork do Firefox baseado na versão ESR, desenvolvido por um japonês, destacando sua implementação das abas verticais, pioneiro no ecossistema Gecko que, admito, não utilizei muito (slide 7);
  • E aproveitei para incluir o Thunderbird, cliente de emails da Mozilla, normalmente padrão em diversas distros, que funciona sem grandes surpresas (slide 8).



Decidi destacar à parte o GNOME Calendário que, embora não venha nativamente no MATE (já que o Evolution cumpre parte dessa função), ele possui uma integração escondida no sistema, com um indicador dedicado, herdado de versões antigas do Ubuntu principal (slide 2), contudo, a opção de associar Contas online não é funcional, pois depende de um recurso integrado ao aplicativo de configurações do GNOME, o que demandaria a instalação do ambiente completo do projeto, algo que não é recomendável aqui (tanto que a equipe do Linux Mint resolveu fazer um fork deste recurso, que será disponibilizado a partir da versão 22 do seu SO, que é baseado no Ubuntu 24.04). No mais, funciona sem grandes problemas.



O Ubuntu possui um modo de configurações avançados escondido através co comando gsettings, que pode ser realizado graficamente através do app Dconf Editor (dá fazer uma comparação grosseira com o Editor de Registros do Windows, mesmo que aqui este recurso não chega a ser tão central para o funcionamento do sistema em si, mas pode afetar vários aplicativos, conforme avisado nas boas vindas mostrado no slide 2), citando duas alterações: a adição dos segundos no indicador de hora (slides 3 a 5 - este e outros ajustes relacionados foram disponibilizados numa configuração própria a partir do MATE 1.26) e da gestão de permissões de arquivo avançadas, que acho mais prático de ajustar do que o modo padrão (slides 6 a 8).



Aqui tem uma vasta coleção de aplicativos que eu usava no meu dia a dia, para demonstrar as opções que funcionaram para mim no Ubuntu MATE, fazendo os seguintes destaques: 

  • Uma das limitações do Caja que me incomodava é a falta de exibição de dicas de ferramentas ao passar o mouse no arquivo (descobrindo que só o Dolphin, do KDE e o Nemo, do Cinnamon, possuem essa feature) e, por esta razão, decidi usar o Nemo, que, basicamente tem os mesmos recursos do gerenciador de arquivos do MATE, tendo a limitação na geração de algumas miniaturas, dependendo do Caja para suprir esta demanda, o que é longe do ideal (e descobrindo que só no Linux Mint o app funciona 100% corretamente), cujas instruções para esta "gambiarra" podem ser vistas aqui, ainda que eu não recomenda o procedimento (slides 1 e 2);
  • O KolourPaint, do KDE, que, particularmente, é a melhor implementação do famoso app do Windows, recomendando apenas no formato Flatpak (slide 3);
  • O Okular, gerenciador de PDF também do KDE que, diferente das outras alternativas, suporta o formato EPUB, também recomendo a versão Flatpak e possui, inclusive, uma versão para Windows (slide 4);
  • O VLC, famoso reprodutor de mídia que faz tudo, recomendo o uso da versão Flatpak, Snap ou, se preferir, este PPA, já que o repositório oficial não usa a versão mais recente (slide 7);
  • O app Central de Missões, um gerenciador de tarefas moderno inspirado nas versões mais recentes do Windows, tem a vantagem de listar os serviços Systemd, porém somente em Flatpak ele está em PT-BR, enquanto a versão Appimage ainda está somente em inglês quando eu testei (slide 9);
  • O Clamtk, interface gráfica para o antivírus Clamav, projeto open source que também possui uma variante para Windows e, apesar de ter sido descontinuado, é possível instalar a versão mais recente via Flatpak (slide 10);
  • O já citado GNOME Discos tinha uma versão Flatpak que foi descontinuada, mas que contava com um bug na interface nos botões da janela (slide 12);
  • O GNOME Tela Via Rede, que é, até aqui, a única implementação do protocolo Miracast para Linux, não funcionou em minhas experiências, provavelmente pelo Bluetooth defasado e ausência de componentes chave da Intel (slide 13);
  • O GNOME Jogos, também descontinuado em seu formato Flatpak na versão 40, é um emulador de diversos jogos clássicos, mas que depende de bibliotecas de terceiros para suporte de determinados videogames (slide 14);
  • O Flatseal, gerenciador de permissões de Flatpaks, destacando o ajuste necessário no app Ungoogled Chromium para acessar arquivos de dispositivos montados, não suportado por essa variante por padrão (slide 20);
  • A loja de apps (slide 24) e o app de notas do Linux Mint (slide 38), junto com outras opções, podem ser instalados por este PPA;
  • O gravador de voz do GNOME, já que o sistema não tem uma opção nativa, também recomendando a versão Flatpak (slide 27);
  • O Firejail, uma ferramenta de segurança que isola os apps em containers, suportando pacotes Appimage (slide 28);
  • O app Hardinfo, que é equivalente ao msinfo32 do Windows, embora seja uma pena que não esteja traduzido (slide 32);
  • O KDiamond, jogo do KDE inspirado no clássico Bejeweled, da Electronic Arts, em Flatpak (Slide 34)   
  • O VirtualBox, em meus testes, não se provou tão estável quanto no Windows, cuja janela da máquina virtual em execução fica travada na tela, sem a possibilidade de arrastar e não consegui executar as máquinas criadas no Windows com sucesso e nem as que eu crio no Linux conseguem rodar bem por muito tempo (slide 41);
  • Como eu citei na parte de energia, o sistema não possui perfis de otimização e é onde entra o app TLP, que dá opções avançadas de gestão de energia e pode ajudar na economia de bateria e no consumo de processamento, possuindo uma versão gráfica para suas configurações, a Tlp-UI (slide 42);
  • O Timeshift, projeto do desenvolvedor Tony George (atualmente mantido pelo time do Mint), busca trazer uma versão semelhante à restauração do sistema do Windows, gerando snapshots do sistema para permitir que você volte a um estado anterior caso quebre sua instalação (aconteceu comigo algumas vezes e este app foi útil em desfazer esses erros, como remoção indevida de pacotes do sistema) e, embora funcione melhor em sistema de arquivos BTRFS, seu modo baseado em RSYNC, mais simplificado, é eficiente e eu recomendo tê-lo instalado (slide 43);
  • A última versão suportada oficialmente do editor de vídeos do KDE, o Kdenlive, é a 23.08.1, podendo instalar a versão mais recente via Flatpak


Uma curiosidade que pode ser útil ou não é que não só o MATE mas as diversas outras interfaces possuem a opção equivalente ao submenu Novo no Windows (ao clicar com o botão direito na Área de Trabalho), que já oferece diversas opções de arquivos que podem ser criados, porém, por padrão, só traz a opção de Arquivo vazio e, para alimentar essa lista, é necessário salvar arquivos vazios de cada extensão desejada na pasta /home/<NOME DO USUÁRIO>/Modelos e, para salvar o seu tempo, é só baixar este arquivo e descompactar na pasta que eu acabei de citar para ter o efeito visto acima.


Como eu citei durante a parte de personalização, o Ubuntu estava precisando de uma modernizada em seu visual, o que culminou com o lançamento do tema Yaru em 2021, sendo que o projeto MATE fez uma variação deste tema para a versão 22.04 da sua flavour, mas compatibilizou para o 20.04 através de um PPA, que atualiza os pacotes de papéis de parede e o próprio ambiente de personalização, cujo tema é ligeiramente diferente e até mais bonito do que o que foi lançado oficialmente, porém não lida muito bem com o botão do lado esquerdo, ficando, ao meu ver estranho (por esta razão, eu preferi instalar manualmente o tema Mint-Y na minha máquina, como dá para ver na apresentação anterior), contudo, principalmente as mudanças nos ícones era necessária, tanto que eu uso os ícones do Yaru dentro da minha instalação do Mint no lugar do horroroso pacote de ícones padrão do projeto.

Antes de finalizar o artigo, vou citar os PPAs que eu testei e recomendo para uso com o Ubuntu MATE 20.04, mas vai por sua conta e risco caso não saiba o que está fazendo: 

Considerações finais

Para quem chegou até aqui, em resumo, um sistema para computador baseado em Linux, na época em que escrevi esta análise, está bastante maduro (principalmente em opções de aplicativos e jogos, comparando com alguns anos antes, como eu citei na minha experiência com o Ubuntu 16.04), com várias opções e possibilidades para quem quer e precisa fazer uma mudança (ainda que haja uma curva de aprendizagem e não ser para todos os cenários nem pessoas) e o Ubuntu MATE, embora seja uma boa opção e eu tenha aproveitado muito bem ao longo dos três anos que eu o usei no meu dia a dia, não é a primeira que eu indicaria para um novato ou iniciante no mundo do pinguim (ou mesmo para um computador antigo e/ou mais fraco), considerando (como muitos) que o Mint é uma solução mais completa (e próxima do que o Windows é - de fato, uma solução por excelência, apesar de seus problemas) para ligar e usar sem se preocupar com terminal e ter uma experiência familiar e satisfatória.

Contudo, para entusiastas que buscam uma experiência diferenciada e mais retrô (e seja, de certa forma mas não necessariamente, saudosista da conturbada fase Unity ou mesmo GNOME 2 do sistema da Canonical) sem abrir mão das facilidades do ecossistema formado por décadas de sucesso que começou com o Debian lá em 1993, vai se sentir em casa, embora o projeto MATE esteja estagnado, já que seu principal mantenedor está focado em outros projetos e a flavour está convergindo cada vez mais para o Ubuntu principal, tomando decisões questionáveis a fim de facilitar o desenvolvimento (como as mudanças na interface e aplicativos que eu citei), mas com aprimoramentos e novidades cada vez mais graduais, enquanto sua versão do Linux Mint está cada vez mais dependente dos apps e recursos desenvolvidos para o Cinnamon, que consequentemente manterá a interface viva por algum tempo (ainda que um relatório de março de 2024 tenha mostrado que é menos usado que a versão XFCE), embora sua situação esteja, aos poucos, caminhando para estar quase equivalente ao projeto Trinity, que busca manter a saudosa interface KDE 3 viva (embora muito defasada).

Numa certa ocasião, um colega de faculdade que usava o sistema Manjaro me encorajou a utilizar sistemas baseados no projeto Arch e, graças a uma iniciativa de um desenvolvedor italiano, que busca gerar pacotes Appimage que roda em praticamente qualquer distro Linux, usando um subsistema Arch chamado Junest, comecei a conhecer um pouco mais de seu funcionamento, embora eu ainda esteja mais seguro e acostumado com o ecossistema Debian/Ubuntu. E quero dizer que, independente da base escolhida (Debian/Arch/Red Hat e derivados), o Linux não é um "bicho de sete cabeças" e pode ser utilizado por qualquer um, que, à medida que for estudando e aprendendo sobre este vasto ecossistema aberto e livre, conseguirá aproveitar cada vez mais e melhor seu computador e quero manter isto em mente.

Abaixo seguem links úteis que podem ajudar na experiência com o Ubuntu MATE e com o mundo Linux em geral:

Espero que tenham gostado de mais esta análise e novamente recomendo a seção de comentários para dúvidas, impressões e sugestões. Agradeço pela atenção e paciência e fique ligado no Blog de Bruno A. Vieira.