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30 de dezembro de 2023

Android KitKat 10 Anos Depois

 [ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 07/01/2024]


Aviso: Recomendável conexão estável com internet para apreciar o artigo com mais tranquilidade. 
Tela de inicialização do Android x86 Kit Kat, utilizada em compilações oficiais desde a primeira versão do projeto.
 

Introdução

Estou de volta com mais um artigo sobre o Android x86, o projeto open source que buscou trazer o sistema operacional mobile da Google para computadores com processadores de 32 ou 64 Bits (hoje abandonado, onde novas versões são disponibilizados por outro projeto, o Bliss OS - que poderei detalhar em um outro artigo - que está seguindo o legado iniciado por Chih Wei Huang), desta vez para mostrar como está a versão Kit Kat dez anos após seu lançamento, que ocorreu em 3 de setembro de 2013, cujos antecedentes contarei daqui a pouco.

Antes quero contar rapidamente sobre a história de como cheguei a este artigo: na verdade ele estava planejado para ser feito ainda em meados de 2017 (onde eu já tinha capturado as screenshots e feitos alguns testes mas, por algum motivo, acabei perdendo as imagens e, como ainda não tinha escrito o texto na ocasião, a ideia foi abortada e, com uma data histórica chegando e alguns testes em versões mais recentes, decidi "tirar do papel" e mostrar qual a experiência de se usar a já longínqua versão 4.4 em 2023, e os resultados serão mostrados mais adiante.

Contexto Histórico

Quanto aos antecedentes, o mundo tecnológico em 2013 estava da seguinte forma:

A Microsoft estava tentando emplacar o Windows 8.x nos PCs, tablets e dispositivos móveis (ainda com o Windows Phone 8.x, antes das ideias de convergência e já sofrendo com a falta de aplicativos em todas as plataformas - incluindo um boicote da própria Google), onde, mesmo com um breve sucesso da versão móvel em alguns mercados (como o Brasil), dando a impressão de que se firmaria como a terceira opção, isto não aconteceu, culminando com o fracasso de todos seus planos em médio prazo).

O Linux, na época ainda na versão 3.x, estava se aprimorando para atender melhor os dispositivos móveis, contudo, viveu uma época de boa aceitação nos computadores de mesa, onde o Ubuntu com a sua interface Unity estava bastante popular e, de certa forma, ditava as regras na comunidade de distribuições.

A Apple, por sua vez, estava indo bem com o iOS 7, tentando atingir uma fatia do público do Android com o lançamento do iPhone 5c, uma versão mais barata de sua linha de smartphones.


Já a Google também não tinha do que reclamar da popularidade do seu sistema, sendo que, na época, ela estava dando corpo e tentando deixá-lo mais moderno, graças às melhorias iniciadas na versão 4.0, Ice Cream Sandwich, lançada no ano anterior, que trouxe muitas novidades e refinamentos (como a particularmente elegante interface Holo), a fim de aproveitar as evoluções técnicas dos processadores e outros componentes, além de atender outros objetivos (como unificar as interfaces de smartphone e tablet, dando continuidade ao que a série Honeycomb tinha começado - versões 3.x - mas que acabou não dando muito certo, pela dominância e melhor consistência do iPad e do consequente aumento de tamanho dos smartphones, onde telas acima de 5 polegadas acabaram se tornando o padrão do mercado até a data deste artigo), cujas melhorias continuaram na série Jelly Bean (4.1 ao 4.3), lançadas entre o final de 2012 e primeira metade de 2013). A imagem mostra, da direita para esquerda e de cima para baixo, respectivamente, as versões 4.0, 4.1, 4.2 e 4.3.

Ao mesmo tempo, a Google também trouxe novos aplicativos (como o navegador Chrome para dispositivos móveis, o já extinto Google Plus, além da aquisição da suite de aplicativos Quickoffice, que ajudou, mais tarde, no lançamento dos apps da atual suite de aplicativos Google Workspace).


Só que todo esse aprimoramento acabou tornando o sistema inchado e lento para aparelhos básicos, com menos de 1 GB de RAM, o que ajudou a agravar a fragmentação do Android (que a Google, aliás, sofre até hoje - lembrando que a versão 2.3 Gingerberead ainda tinha certo suporte na época e era bastante popular, quase nos moldes do que aconteceu com o Windows XP após o lançamento do Vista), além de que as fabricantes também não ajudaram muito, inundando o mercado com aparelhos de baixa qualidade (os Galaxy Pocket da vida que o digam...), cuja situação começaria a mudar com o lançamento do Motorola Moto G, que revolucionou o mercado de intermediários pelo ótimo custo benefício e foi, de certa forma, o aparelho símbolo da versão KitKat, com bom suporte da fabricante americana, cuja divisão móvel tinha sido adquirida pela empresa de Mountain View no ano anterior (e seria vendida para a taiwanesa Lenovo em 2015).

Dito isso, a partir desta seção serão mostradas, ao mesmo tempo, como estava o projeto Android x86 na época bem como as novidades que o KitKat trouxe para o SO da Google e sua usabilidade dez anos depois. Para tal foi usada a imagem mais recente disponibilizada pelo projeto, que pode ser encontrada aqui.

Mas lembrando: use somente para testes, pois sua base não é atualizada há mais de seis anos do lançamento deste artigo, com muitas brechas de segurança e bugs, conforme será detalhado a partir de agora.

Instalação


Já para começar, desta vez quis fazer diferente: ao invés de mostrar novamente como se instala uma compilação do Android x86 no modo BIOS legado (detalhado no artigo da versão 6, o que eu recomendo seguir para este experimento), eu resolvi testar a versão UEFI do instalador, que foi disponibilizado nesta versão do projeto pela primeira vez; ao invés do GRUB 0.9, aqui ele inicializa com o GRUB 2, a mesma usada nas distribuições Linux para desktop, com menos opções e mostrando uma opção para inicializar o Windows, independente se você o tem instalado ou não (conforme mostrado no 2º slide quando ele não encontre o SO da Microsoft instalado); no 4º slide,  é usado outro gerenciador de partições, específico para GPT, mas seguindo basicamente as mesmas configurações do cfdisk para MBR; no 12º slide, mostra que esta versão do projeto ainda não suportava o sistema de arquivos ext4 oficialmente, disponibilizando somente até o ext3. Contudo, por alguma razão, ele não finaliza a instalação, mesmo seguindo as instruções encontradas aqui e aqui.


Ao instalar no modo BIOS, este é o visual do gerenciador de inicialização usado pelo sistema.

É assim que o Android inicializa "por baixo dos panos", mesmo nos smartphones (porém esta camada é ofuscada pelos bootloaders usados pelas fabricantes); se der tudo certo, é mostrado a tela de carregamento que abre o artigo, que ainda utilizava o primeiro logo do SO da Google.



Este é o assistente de configuração do Android KitKat, adaptado para tablets, que basicamente, teve poucas alterações desde o ICS. No 3º slide é mostrada a opção para habilitar o Wi-Fi, porém, como eu utilizei a opção Ethernet, ele não reconhece o adaptador e, como o Android não é otimizado para uso com conexão via cabo, alguns aplicativos podem ter problemas, contudo a internet deverá funcionar normalmente na maior parte das vezes (somente nas compilações do Nougat foi implementada a opção de Wi-Fi virtual, que emula uma conexão sem fio usando o Ethernet; sendo que esta solução já foi utilizada pelo projeto AndroVM nas suas compilações da versão 4.1.1, ainda em 2012, que podem ser encontradas aqui); basicamente pouco mudou até as versões mais recentes do SO da Google até o momento da escrita deste artigo.


A tela acima, parecida com o slide 10 da apresentação anterior, aparece caso clique em Obter uma conta (mostrada no slide 8).


Caso você já tenha uma conta, esta é uma forma para fazer a autenticação (dica: não é necessário digitar o "@gmail.com" pois o Android completa automaticamente - isto vale em qualquer tela de autenticação da Google); porém o assistente pode falhar em autenticar; contudo, o assistente dá a opção de proceder usando o navegador, ao clicar nos três pontos, que será usado aqui para demonstração, cujo motivo você entenderá a seguir.


Antes, ao tentar fazer o login, é mostrado o aviso dos termos de serviço, que já tinha sofrido algumas alterações desde o ICS, que permitia a escolha de opções relacionadas ao Google Play, removidos no KitKat.

A série 4.x foi a última a compilar um assistente dentro do próprio processo do sistema Android (o Gerente de Contas Google), algo que pode não parecer grande coisa para leigos, contudo, dez anos após seu lançamento, acabou gerando alguns problemas: recursos mais recentes, como a autenticação de dois fatores, só é suportado no modo navegador (a partir do Lollipop, o assistente passou a ser embarcado no Google Play Services, o que garantiu mais segurança e praticidade para a dona do Android suportar atualizações mesmo em versões mais antigas do sistema); porém, vale avisar que, em algum momento isto pode deixar de funcionar corretamente por causa da versão do Web View ser muito antiga e insegura (falarei mais sobre isso ao longo do artigo).

No momento do lançamento deste artigo, a entrada via navegador é a única forma de se autenticar com sucesso no Android 4.x. dando certo, é só seguir com o assistente a partir dos passos mostrados no slide 8.


Após concluir o assistente, é mostrada uma animação de boas-vindas, ensinando como a usar o Android (caso você nunca tenha usado antes, o que é pouco provável). Porém, nas compilações do Android x86 desta época, a animação não corresponde corretamente à tela, ficando desproporcional e fora do lugar, o que só foi resolvido na versão Nougat do projeto; nos 5 e 6º slides, é possível ver como era a barra de notificações, que era divididos em duas partes (uma para as notificações em si e outra para os atalhos) e no 7º  e último slide é possível ver a gaveta de aplicativos, bastante simplificada por sinal, com a seleção de apps da Google da época de lançamento da imagem, em 2017.



As compilações do Android x86 KitKat utilizam o Trebuchet como lançador padrão, sendo um dos apps incorporados do então projeto CyanogenMod (atual LineageOS), que já tentava emular o design adotado pela Google Now Launcher (lançado com o Nexus 5, pouco após o lançamento do KitKat), onde você pressiona a tela de início para abrir opções escondidas (conforme mostra o slide 1, tendo alguma configurações básicas (o que já é um adicional em relação à mais básica ainda launcher AOSP), além da seção de Widgets, um recurso existente desde os primórdios do Android mas que já não estava tão popular na época do lançamento do KitKat, voltando a ficar a moda somente em 2023, com a Apple adotando em seus sistemas como "grande novidade" e a Microsoft resgatando-o como uma seção no Windows 11, para substituir os blocos dinâmicos do Windows 8.x e 10, mas que nunca deixou de existir no SO da Google até aqui, caso alguém precise dele.


Configurações

Esta é a tela de configurações do Android 4.x, onde, no KitKat, pouca coisa mudou em relação às versões ICS e Jelly Beam (como o ícone, que se tornou uma engrenagem - sendo que o anterior, semelhante a um painel de controle, presente das versões 4.0 a 4.3 - ainda está presente em outros componentes do sistema), sendo dividido por seções básicas, mais compreensível que na era das versões 1 a 3.x do SO da Google, que serão detalhados a partir da apresentação a seguir. Antes, não posso deixar de ressaltar que esta é a última versão do Android a usar a cor preta por padrão no seu tema principal (algo que eu nunca entendi, mesmo na época do lançamento do Lollipop, o motivo do excesso de branco, numa época de telas AMOLED e cansaço nos olhos, algo que foi parcialmente revertido somente no Oreo, com a adição do modo noturno).


Na seção "Rede Sem Fio e Outras", como deu para ver na imagem anterior, dá para habilitar ou desabilitar rapidamente o Wi-Fi e o Bluetooth, sendo que cada um deles tem uma seção própria, que pouco alterou até a versão Oreo do SO da Google; também é possível ver a opção Wi-Fi Direct, que, não pude testar em meus experimentos, sendo um recurso descontinuado no Android 9 por ser inseguro e substituído pela Google pelo Nearby Share, que o combina com o uso de Bluetooth e localização (aqui faço menção honrosa em opções como o Quick Share, da Samsung, que tenta fazer algo semelhante e que teve o anúncio de possível fusão com o serviço da Google no final de 2023); vale ressaltar a inconsistência do design nos slides 4 e 6 (o que será uma constante, bem nos moldes de como é o Windows e seu design frankenstein), que ainda usa a barra de títulos do ICS (preto com uma listra azul embaixo) ao invés do padrão adotado no KitKat (uma barra cinza sem listra).



Na seção de Som, sem grandes surpresas, apenas destacando a presença de toques utilizados desde as primeiras versões do Android, como o Argon.



Já na parte de tela, podemos destacar a função de brilho (que, em meus testes, não funcionou, o que já é previsto nos problemas conhecidos); no slide 3, repare no erro do título, que fica incompleto; no slide 4, os planos de fundo animados, que são os mesmos desde as primeiras versões do SO da Google, mas que não funcionaram em meus testes nas compilações do Android x86 até aqui; no slide 5; tem a opção de Tamanho de Fonte, o que é algo bastante simples, perto do que a Google aprimorou a partir do Nougat; a partir do 6º slide tem a função de Daydream (uma espécie de proteção de tela), dando as opções de Relógio e cores, algo bastante inspirado no recurso Always On do Windows Phone ou de adaptações feitas pelas fabricantes de dispositivos móveis, como a Samsung e a Apple; no último slide ainda tem a opção de transmissão de tela, que também não funcionou comigo.



A seção de Armazenamento é dividida em duas partes: a primeira mostra o consumo do sistema dividido em pequenas subseções; a segunda é a parte de montagem e desmontagem de dispositivos de armazenamento externo, onde o projeto Android x86 já deixou várias opções repetidas; sendo que dá para testar a exclusão de um cartão de memória mesmo sem estar conectado, o que, é claro, não funcionou; na parte de montagem, é mostrada rapidamente na notificação, o aviso "Preparando o Cartão SD", o que permanecia o mesmo desde as primeiras versões do Android até ser alterado no Marshmallow; no penúltimo slide, mostra as opções de conexão externa, como o protocolo MTP (introduzido no ICS, para substituir o modo massivo - como se fosse um pen drive, o que pode ser algo inseguro e, por isso, foi descontinuado no 4.1) e, no último, foi exemplificado a limpeza de cache do sistema, algo bastante simples e que praticamente não mudou ao longo dos anos.


Esta é a tela clássica da medição de bateria, que praticamente não mudou desde os primórdios do Android e que permaneceria por padrão até o Marshmallow, quando foi movida para as Opções de Desenvolvedor e eventualmente removida a partir do Oreo. Nos meus testes, ela conseguiu ler os dados corretamente.

Ao clicar sobre o gráfico, o sistema abre esta visão mais "detalhada" do desempenho da bateria, porém não mostrava informações de consumo de apps.


Agora pulando para Aplicativos, outra seção que permaneceu praticamente inalterada até o Lollipop, dividido por seções, todas podendo fazer classificações básicas, ao clicar nos três pontos: na parte de Instalados, é mostrado todos os apps não nativos do Android, isto é, se foram instalados/atualizados e não existiam originalmente no sistema ou se os apps nativos foram atualizados pela Play Store ou via sideloading (que explicarei mais adiante) e que ficam armazenados na memória do usuário; na seção Rodando, são os apps em execução, além de uma mostra do consumo de RAM naquele momento, porém, é dividido em apps de primeiro plano (isto é, que estão sendo executados naquele momento) e a seção de cache, onde apps não abertos ficam em espera para abrir mais rapidamente, tudo gerenciado pelo Android, que não economiza no uso deste armazenamento volátil (é por isso que, mesmo mostrando consumo quase total, o aparelho geralmente não engasga de imediato, graças a esta gestão, semelhante ao que ocorre no Windows); á na seção Todos, são exibidos todos os apps instalados/atualizados, inclusive os componentes do sistema, sem distinção; vale ressaltar a tela de informações do app, que ainda possuía uma gestão bem básica para notificações, limpeza de cache e outras definições, tudo muito básico; ao desativar o app, é gerada uma nova seção, a de Desativados, que pode ser limpa ao redefinir os padrões.

 

Aproveitei para destacar um componente, considerado legado mesmo no KitKat e, curiosamente, ainda está presente nas versões mais recentes do Android: o Comente Sobre o Market (isso mesmo, o primeiro nome da loja de aplicativos do Android antes do rebranding para Play Store, em 2012), que serve para informar erros de aplicativos para a Google. Antes, é necessário aceitar os termos de privacidade da empresa de Mountain View.

Então é possível submeter comentários relacionados ao app desejado, incluindo a opção de enviar dados técnicos.

Aparentemente ele ainda funciona, contudo, com o advento da Play Store e do Play Services, é uma função que ficou redundante, mas, como eu disse, persiste no Android, estando mais escondido a partir do Marshmallow, provavelmente disponível para uso por desenvolvedores em cenários sem o uso do Google Service Framework.


Introduzido no Android 4.2, a seção de Usuários permite, de forma semelhante ao Windows, a criação de mais de um acesso ao sistema ou de um perfil com restrição de uso (mais tarde simplificado para perfil Convidado, cujas funções deste usuário restrito foram movidas para o aplicativo Family Link), onde a apresentação exemplifica, a partir do slide 5 a configuração, inclusive de informações de proprietário (slide 6), sendo que, depois do sétimo slide, repetem-se os passos solicitando a autenticação de uma Conta Google do assistente do primeiro uso, com a diferença que agora ele obriga a inserção de um nome de identificação; porém, em meus testes, o assistente fica bem instável, contudo o usuário é criado e, após passar pela tela de bloqueio, que agora mostra dois usuários (slide 9), repete-se as dicas de boas-vindas e, ao voltar na seção Usuários, o próprio usuário pode se remover (onde, nos slides 12 e 13, eu comparo com a ação do proprietário); já na criação de um perfil restrito, a partir do slide 14, ele exige a configuração de um tipo de bloqueio do proprietário e, após a criação, disponibiliza os apps para configuração.

 

A seção de Localização, integrada ao Play Services e que pouco mudou nos últimos anos, faz o controle básico do uso do GPS.

Estas são as opções que otimizam o uso da localização, que, aliás, não mudou muito, mesmo nas versões mais recentes do Android.


A seção de Segurança, talvez a parte mais detalhada das Configurações, permite a configuração de Bloqueios de Tela (quando configurado, aparece a opção de definir temporizador para bloqueio), novamente disponibiliza a opção de Informações de Proprietário (a mesma da seção de Usuários), a visibilidade das senhas (algo que a Microsoft só adotaria a partir do Internet Explorer 10 e do Windows 8), a seção de aplicativos Administradores do Dispositivo (que possuem acesso diferenciado ao sistema e não podem ser desinstalados quando habilitados - muito usados por e-mails corporativos, acesso remoto, antivírus, etc.); a configuração de instalação via sideloading (que detalharei daqui a pouco), a verificação de apps; além de um recurso próprio para configuração de certificados.


Com a imagem da tela de bloqueio no slide 7 da apresentação anterior, quero aproveitar para falar do discador das Chamadas de Emergência, algo acessível desde a tela de boas-vindas do assistente de primeiro uso.

Como dá para ver, o app ainda manteve o visual do ICS e, além disso, não foi adaptado para o modo paisagem (aqui eu girei a imagem para melhor conveniência, mas, no uso real, estará deitado).


Antes de prosseguir, quero detalhar uma questão sensível do Android, que a Google, até hoje, sofre para controlar: a instalação de APKs por sideloading. Caso habilite a opção de fontes desconhecidas (só recomendo caso você saiba o que está fazendo e se o APK obtido for de fonte confiável), até o Lollipop, as permissões padrão (que não podem ser alteradas pelo usuário, onde muitas delas são bastante permissivas e invasivas, o que a Google tentou administrar dando mais poder ao usuário a partir do Marshmallow) são listadas e, ao clicar em instalar, é mostrado o aviso, sem muitos detalhes (no KitKat está em tela inteira, mas, dependendo da versão, o Android exibe o assistente em tamanho menor, o que não é perceptível nos smartphones até o Nougat) e, dando tudo certo, o processo pode ser finalizado, sendo que, ao longo dos anos, graças, primeiramente, ao Play Services (slide 4, ao rodar pela primeira vez, ela até pergunta se deseja verificar os apps instalados) e, depois, ao Play Protect (slide , que pergunta se o app de terceiros pode ser a fonte de instalação - algo incorporado nativamente no Oreo), tentou-se adicionar algumas camadas adicionais de segurança, mas, mesmo assim, ainda é simples o bastante para burlar e causar problemas, caso o app seja mal intencionado.



Na seção de Idioma e Entrada, temos novamente o ajuste de idioma, o Corretor Ortográfico (que usa os serviços da Google e, portanto, pode ter o envio de dados para funcionamento), a parte de Dicionário Pessoal (para adicionar palavras não reconhecidas pelo corretor, se necessário); em métodos de entrada, são listadas todas as opções de aplicativos de reconhecimento de escrita e a opção de definir um padrão, sendo que, o Android x86 lista o Teclado AOSP (que falarei a seguir), o teclado por voz e o teclado para uso com a linguagem chinesa; em teclado físico, pode-se fazer o mapeamento das teclas; além disso, esta compilação ainda disponibiliza outro recurso legado para a conversão de texto em voz: o Pico TTS, existente desde os primórdios do sistema, não sendo muito funcional, dando erro ao tentar baixar dados de voz.



O Teclado AOSP é a versão open source do gerenciador de digitação que ajudou a Google no desenvolvimento do seu então Teclado do Google (atual GBoard), sendo bastante completo e, em especial, nesta compilação do KitKat, o projeto Android x86 acabou embarcando uma versão com alguns recursos presentes oficialmente só a partir do Lollipop, como o tema Material (exemplificado no slide 9), incluindo até a opção de integrar sua Conta Google.



Em seguida temos a opção de gestão de backup e redefinição do sistema, onde o primeiro pode ser integrado à sua conta do Google e o segundo permite a restauração de fábrica após o reinício para limpeza via ambiente de recuperação, sendo que, no meu teste, o recurso de configuração original não funcionou.



A seção de contas permite a configuração individual de cada acesso adicionado, onde, na Conta da Google (repare que ainda utiliza o clássico ícone da Google antes da mudança de 2015, mesmo com seus apps atualizados), dá-se atalhos para configurar a Pesquisa (abre-se o App do Google), a Localização (abre-se a seção correspondente, citada anteriormente) e os Anúncios (abre-se a seção presente na configuração do Play Services); clicando na conta, abre-se as opções de sincronização, permitindo escolher quais componentes manter em sincronia automática no aparelho ou desativar; nos três pontos, dá para fazer a sincronização manual de todos os itens habilitados ou fazer a remoção da conta (desde o ICS é possível fazer isso sem precisar redefinir o aparelho - algo que nem o Windows 10 Mobile suportou em todas as suas versões); também sendo possível fazer a adição de contas, onde, no caso do Gmail, usasse o assistente do Play Services; por fim, apps como Office e Opera também criam entradas nesta seção de contas, mesmo sem muitos detalhes.



A seção de Data e Hora, também pouco alterada ao longo dos anos, sem muitas surpresas, apenas destacando o design dos botões do ICS.



Também sem muitas surpresas na seção de Acessibilidade, onde destaco a seção de Legendas (slides 5 a 7) , com um visual bastante chamativo para os padrões do Android na época; vale ressaltar que, muito mais que um recurso para portadores de necessidades especiais, esta seção também é utilizada por apps para usos específicos, como filtros de web para antivírus, que exigem um acesso mais privilegiado e profundo (tanto que a Google tenta, nos últimos anos, limitar o acesso dos apps ao recurso, já que as permissões beiram ao acesso superusuário).



Na seção de Impressoras, o projeto já inclui o plugin Google Cloud Print para a gestão (o app, apesar de ainda funcionar, teve parte dos recursos descontinuados em 2020 e já não é atualizado faz alguns anos, cujos recursos foram incorporados nativamente no sistema em versões mais recentes do Android).



Quanto à seção Sobre, quero destacar as opções de Informações Legais, que mostra as licenças de código aberto utilizadas, além do termo de privacidade da Google; o status de componentes do aparelho (slide 5); o atualizador de software via Over to Air (também abreviado cmo OTA, que, como eu já disse em outros artigos, nunca foi utilizado pelo projeto), além da dica de habilitar as Opções de Desenvolvedor ao clicar 8 vezes sobre o campo Número da versão.


Antes, não posso deixar de destacar o easter egg do KitKat, que faz lembrança das mascotes anteriores.


Já as Opções de Desenvolvedor no KitKat, bastante inflado em relação às versões anteriores (o que viraria tendência desde então), destaco a configuração de backup local com senha (estranho não estar na seção dedicada), a opção da geração de relatório de bugs, as estatísticas mais detalhadas do consumo de RAM (mostrando por subcomponente, quando aplicável); a depuração USB (muito usado por apps com acesso administrativo); o erro na escala de animação (slide 12, onde está 5x ao invés de 0,5x, só corrigido no Nougat).


Uma das maiores mudanças da história do Android foi disponibilizada para testes no KitKat: a opção de troca de máquina virtual do Dalvik (por padrão desde o começo do Android e pela última vez aqui) para o Android Runtime (também conhecida como ART, que seria o padrão a partir do Lollipop), onde estes se diferem na questão de como gerenciam os aplicativos desde a instalação até sua execução, cuja mudança foi feita para diminuir o consumo de recursos e bateria e aumentar a performance do sistema, mas que, consequentemente, culminou com o aumento de tamanho dos aplicativos (o que, na prática, acabou acompanhando o aumento do armazenamento dos aparelhos e, como o gerenciamento da Play Store otimiza o tamanho o download, baixando somente o mínimo - aliado aos aprimoramentos feitos pela Google em 2018, separando os componentes de um app em APKs menores, como DPI, arquitetura e idioma, conhecido no meio como APK Bundle - acabou não sendo muito sentido), ao passo de aumentar as especificações mínimas do Android, além do tempo maior para instalação, o que só foi atenuado a partir do Nougat. Mais detalhes podem ser vistos aqui.

Em meus testes, nunca tive muito sucesso com esse recurso no KitKat, já que o ART ainda era instável nesta época e podia travar o dispositivo; contudo, mesmo reiniciando, a alteração não foi aplicada.

Aplicativos Nativos


Agora vamos falar com mais detalhes deste recurso exclusivo do projeto Android x86 desde o ICS até a última versão oficial (Nougat 9.0 R2), que eu já cheguei a citar nos artigos anteriores do Marshmallow e Oreo: o Dev Tools, que compreende uma série de recursos que podem ser interessantes para depuração e testes de apps ou de compilação do próprio sistema, começando pelo atalho para as Opções de Desenvolvedor que já citamos acima (slide 1), o teste de autenticação (slide 2), testes de erros do sistema (slide 3), testes de stress de caches (slide 4), editor manual de configurações (slide 5), testes de conectividade (slides 6 e 7), monitoramento do antigo GTalks, que se transformou em Hangouts e hoje tem como sucessor direto o Google Chat (slides 8 e 9), testes de instrumentação, que eu não descobri para o que serve (slide 10), testes de provedores de media, que checa se a busca em dispositivos externos está funcionando (slide 11), um monitor de processos bem básico, mas que lista todas as atividades que o monitor padrão não mostra (slides 12 e 13), o buscador de apps, uma alternativa à versão nativa, cujo teste para exclusão não funcionaram (slide 14), testes de sincronização (slide 15) e testes de apontador, seja mouse ou touchscreen (slide 16).



Agora partindo para a versão AOSP do Email do Kit Kat, em meus testes, a autenticação só funcionou ao desabilitar o uso de certificados (conforme o slide 5, no campo Tipo de segurança - o que não é recomendado em cenários de produção); de resto o app funcionou sem grandes surpresas, tendo todos os recursos básicos esperados.



Sobre o emulador de terminal, que eu já citei nos outros artigos do Android x86, vou aproveitar para mostrar um pouco mais sobre o app de gestão de acesso superusuário do sistema, herdado do Cyanogen, que, até o KitKat, ele vinha como um aplicativo avulso acessado no menu do sistema (antes de ser incorporado nas configurações do sistema a partir do Lollipop, que, como pode ser visto, funcionou sem grandes problemas, destacando apenas o tema branco no prompt de confirmação (slide 5), que se tornaria preto a partir da versão 5.x do SO do projeto (o que é irônico, já que o Holo é essencialmente escuro e o Material Design, por sua vez, claro).



Como até o Marshmallow o Android ainda não possuia um gerenciador de arquivos funcional, o projeto embarcou o app do Cyanogen que, pode se dizer, tem um modo de funcionamento confuso (talvez devido à tradução), mas cumpre sua função, inclusive no acesso superusuário, embora haja opções melhores para o SO da Google, mesmo na época do lançamento do Kit Kat (ainda que não seja um dos piores, particularmente falando, citando aqui o Xplore, que consegue ser ainda mais confuso e com design duvidoso).



Sobre o Gmail, que herdou os recursos do app AOSP e o aprimorou, funcionou sem grandes problemas. Para baixar a última versão para o KitKat, clique aqui.



O app de pesquisa do Google também funcionou sem grandes problemas (a pesquisa por voz eu não consegui testar). Repare no erro do ícone do Google no primeiro slide, que não estava corretamente centralizado. Para baixar a última versão suportada pelas versões Jelly Bean ao Kit Kat, clique aqui.



O aplicativo de Mensagens recebeu melhorias a partir do Jelly Bean e, desde então, pouco mudou. Vale destacar a interface branca por padrão e a barra de títulos escura. No mais, abre sem problemas, embora não seja muito útil sem o uso de cartão SIM.



Agora vamos para a parte mais interessante desta seção, que é o Navegador, o qual é praticamente o mesmo desde o ICS, quando ele recebeu aprimoramentos e ficou mais robusto em relação às versões anteriores, servindo de base para várias tecnologias que seriam incorporadas ao Google Chrome para dispositivos móveis, lançado quase que na mesma época; porém isso acabou deixando a versão AOSP do Browser defasada em pouco tempo, mesmo com as atualizações majoritárias tentando manter os componentes chave do navegador atualizados, o que não se mostrou o suficiente e, ainda por cima, ineficiente, frente ao esquema de atualizações do navegador da empresa de Mountain View, gerando muitas brechas de segurança, especialmente no componente WebView (o motor Blink que gera os elementos web para o Android - um problema que a Microsoft sofre até hoje no Windows, tendo que manter os velhos motores Trident e EdgeHTML atualizados, mesmo o Internet Explorer e o Edge Legacy, respectivamente, não sendo mais suportados), culminando na separação do restante do sistema e atualizações periódicas via Play Store a partir do Lollipop. No mais, como dá para ver, ele já suporta a integração com a conta da Google (slide 1), suporta a visualização em modo Web (slide 2), possui um visualizador de certificado (slide 4), configurações detalhadas como página inicial, inclusive uma página em branco (slide 5); gestão de cache, histórico e localização, ainda não possuindo uma gestão mais avançada para sites (slide 6); opções de acessibilidade (slide 7); configurações avançadas, incluindo a suporte a plugins como o já descontinuado Flash Player e bloqueador de pop-ups (slides 8 e 9), opções de economia de internet (slide 10), incluindo até uma opção experimental (slide 11), visualização de favoritos (slide 12), compartilhamento de página, onde aproveito para mostrar como funciona o Bluetooth, ainda que, em meus testes, ele não tenha habilitado (slides 13 a 15); opção para localizar texto na página (slide 16) e o modo multiguias e o site em modo computador (slide 17). Dependendo das funções selecionadas e do site aberto, o navegador pode parar de funcionar, conforme o último slide.


O aplicativo de Notas, que eu já tinha citado nos artigos anteriores, também já estava presente na versão Kit Kat do projeto.

Repare que, enquanto a tela principal respeita o tema do sistema, a parte de edição já fica na cor clara; no mais, funciona conforme o esperado.


O app de Pessoas (também conhecido como Contatos em determinadas versões do Android) também recebeu aprimoramentos a partir do ICS, permanecendo praticamente inalterado até o Nougat, sendo separado do app de Telefone, tendo uma interface bem adaptada para modo tablet, uma boa integração com a Conta da Google; além de permitir a importação e exportação de catálogo de contatos (VCF), uma seção sobre sincronização no próprio app; configurações bem simplificadas e sem muitas opções; no mais, a criação de contatos ocorre sem grandes problemas, exceto se você quiser usar a câmera: no meu caso, como não identificou a câmera, o recurso não funcionou.



Com o tempo a Google foi segmentando os recursos presentes na Play Store em aplicativos avulsos e alguns destes vieram nativos na compilação do projeto. O app Play Livros, que nunca foi tão popular dada à forte concorrência da Amazon, é um deles e abriu sem grandes problemas, cuja última versão pode ser baixada aqui



O Play Games não conseguiu funcionar direto dado à problemas de compatibilidade com o Play Services. Contudo, a versão mais recente pode ser baixada clicando aqui.



O Play Música, descontinuado em favor do YT Music, ainda pode ser aberto, mesmo com a splash screen não adaptada para o modo paisagem; contudo, em meus testes, não conseguiu reproduzir corretamente as músicas. Também testei o app atual de músicas da Google e este funcionou sem grandes problemas, mesmo já descontinuado para o Kit Kat, podendo ser baixado clicando aqui.



E, claro, a Play Store funcionou sem grandes problemas, mesmo já estando com defasagem de apps e não localizando mais a atualização mais recente do app automaticamente, sendo necessário baixar aqui (até que demorou a ser descontinuado, o que ocorreu em novembro de 2022, 9 anos após o lançamento do sistema). No mais, nas idas e vindas do Material Design, o app acabou sofrendo com mudanças sem sentido nas categorias que, de certa forma, dificultaram o uso, precisando de mais passos para localizar os apps da sua biblioteca, por exemplo, ao mesmo tempo que, aliado ao Play Protect embarcado pelo Play Services (que, aliás, ainda era exibido na gaveta de apps ao invés das configurações e foi descontinuado somente em Agosto de 2023, praticamente 10 anos de suporte, conforme pode ser visto aqui, surpreendentemente cessando o suporte para o Lollipop apenas um mês depois e sem prévio aviso), ganhou alguns recursos adicionais com o tempo, como a verificação de apps, cuja última versão pode ser obtida clicando aqui.



A versão AOSP do app de Relógio não sofreu muitas alterações ao longo da evolução do Android, sendo um aplicativo bastante completo, se comparado com a versão publicada pela Google, abrindo corretamente e, embora com alguns erros de exibição por causa do Widescreen, funciona sem grandes problemas. Vale ressaltar o uso do vermelho na barra de títulos do app (consistência, assim como no Windows, também nunca foi muito o forte do Android...).



O app de Telefone (podendo ser conhecido como Discador dependendo da fabricante e versão do Android), durante a série 4.x, não era otimizada para uso em Widescreen e seguia o design claro do app de Mensagens, abriu sem grandes problemas.



A versão do YT disponível nativamente já não funcionava na época de meus testes (slide 1); contudo, já não estava mais disponível para download, mas pode ser obtido clicando aqui (slide 2); também testei a versão Kids, que funcionou sem grandes problemas, podendo ser adquirida clicando aqui (slide 3).



Antes que eu me esquecesse, o Drive embarcado no sistema também não funcionou corretamente (cuja versão mais recente pode ser obtida aqui), onde, ao longo dos anos, a Google acabou o tornando o leitor de PDFs padrão do sistema, substituindo o velho Google PDF Viewer, herdado da época do Quickoffice.

Uma curiosidade é que, desde os primórdios do Android até as versões mais recentes, o sistema vem com este leitor de arquivos HTML embarcado que, bem, é extremamente básico e não recebeu novos recursos.


Outros Aplicativos

Como será percebido, navegador de internet não é muito o forte do Android x86. O único browser baseado em Chromium que abriu foi o Opera, mas que também não funcionou de forma muito estável, mas que pode ser obtido clicando aqui.


Também testei o VLC que funciona, porém, por causa do sistema, não roda de forma muito otimizada, mas consegue reproduzir os arquivos. Na data de publicação deste artigo, ele estava com desenvolvimento lento e ainda era suportado para Android 4.2 ou superior. Pode ser obtido clicando aqui.

Além do Opera, também testei a versão Mini que, como eu já esperava, não funcionou, pois não é otimizado para tablets. Se quiser ele pode ser obtido clicando aqui.

Também resolvi testar o Samsung Smart Switch Mobile, que consegue rodar em aparelhos não Galaxy, conforme exemplificado acima, cuja eficácia, porém, já não é muito garantida fora do ecossistema da empresa sul coreana.


Infelizmente o Firefox para Android ficou conhecido e com a má-fama de ser bastante lento e instável e, ao tentar consertar isso descontinuando a base conhecida como Fennec na versão 68 em prol do desenvolvimento do projeto Fenix (lançado a partir da versão 81 após o hiato que compreende o intervalo citado, onde ela suportou a versão anterior de forma estendida e sem novidades), ela acabou descontinuando prematuramente o suporte à versão 4.x do Android. Bem, comprovando isso, acima foi a única screenshot que eu consegui gerar do app, pois nem rodar eu consegui.

Também testei uma versão alternativa mais focada em privacidade, chamada Fennec FDroid que também sofre os mesmos problemas. Vale ressaltar que, até aqui, é a última versão do browser da Mozilla a suportar o modo tablet.


O Google Tradutor funcionou sem grandes problemas. A última versão compatível pode ser obtida aqui.

O Google Keep, aplicativo de Notas da empresa de Mountain View, criado para concorrer com o OneNote, idem. A última versão compatível pode ser obtida aqui.

O Google Duo, criado na época do Lollipop para rivalizar com o Whatsapp, nunca fez muito sucesso, mas sofreu rebranding para Google Meet em 2022 graças a este ter feito algum sucesso durante a Pandemia do Novo Coronavírus e, como o primeiro costumava vir embarcado por padrão pelas fabricantes por pressão da empresa de Mountain View, ela achou mais fácil fazer esta alteração. Contudo, os usuários do Kit Kat não foram contemplados com a mudanças, onde nem um e nem o outro funcionaram corretamente em meus testes.

Na compilação mais recente do projeto, o Calendário AOSP já não vinha incluído (este presente nas duas primeiras releases onde ela é rigorosamente a mesma versão desde o ICS, conforme eu já tinha citado nos artigos anteriores e permaneceu abandonado desde então). Por sua vez, a última versão compatível do Google Agenda, que funcionou sem grandes problemas, pode ser obtido clicando aqui.

O Google Notícias, sucessor do Play Banca, foi criado para suprir a ausência do antigo Notícias e Clima, que funcionou sem grandes problemas. Para obter a versão mais recente para o Kit Kat, clique aqui.


Também tentei abrir o app ML Manager, melhor gestor de APKs no momento, porém ele não conseguiu abrir em meus testes.

Também resolvi testar alguns apps da Microsoft, começando pelo Office Mobile que, na verdade, nunca foi muito bem suportado nas versões 4.x do Android e sua distribuição esteve bastante restrita onde, como esperado, não funcionou aqui.

Mesma coisa para o Office Lens, provavelmente agravado por não ter identificado a câmera.

Contudo ela chegou a lançar as versões avulsas do Word, Excel, PowerPoint e OneNote para o Kit Kat e estes inicializaram. Podem ser obtidos, respectivamente, aqui, aqui, aqui ou aqui.


O Outlook, porém, até inicializa, mas não consegue finalizar a adição de uma conta da Microsoft. 


Conforme eu tinha falado no começo do artigo, um ano antes do lançamento do Kit Kat, a Google adquiriu a suite Quickoffice da empresa homônima, que anteriormente era pago e que reunia as aplicações básicas de escritório já muito populares no Symbian, por exemplo, para o Android, sendo a opção ideal durante as versões 4.x do Android; contudo em 2015 a Google descontinuou e incorporou seus recursos em aplicações próprias para a Web, que hoje fazem parte da suite Google Workspace. Em meus testes, o aplicativo já não consegue mais inicializar. Para fins de referência, a última versão lançada foi a 6.5.



Em meus testes, o app de Mapas da Google não passou da tela de apresentação, parando de funcionar em seguida. Isto aconteceu mesmo atualizando para a última versão, que pode ser encontrada aqui (Slides 1 e 2). Isto também afetou o app Street View, provavelmente por causa de problemas ao reconhecer o GPS ou incompatibilidades com o Play Services;  última versão deste app, que chegou na versão 2.0 com vários aprimoramentos e ficando mais robusto para atender melhor ao Maps, mas que se encontra abandonado e sem receber recursos, pode ser encontrada aqui (Slide 3). Eu também testei o Maps Go, que nada mais é que um Progressive Web App onde, no caso da série 4.x, usa o Chrome para abrir, onde, bem, não funcionou pelos problemas já citados do browser; mas o app pode ser obtido aqui.



Aqui, apenas para registro, isto foi o que eu consegui abrir do Chrome nas compilações, onde, mesmo as mais recentes, tem problemas para lidar com o browser da Google, não conseguindo nem chegar nas configurações e sequer consegui abrir um site. A última versão compatível, apenas para fins de referência, é a 81.


Informações adicionais


Antes mesmo da Microsoft anunciar a mudança do seu navegador Edge para Chromium no Windows, no final de 2018, ela já mantinha uma versão para o Android e vazou uma versão de teste para a arquitetura x86 que, em tese, suporta o Kit Kat, contudo não tive sucesso em instalar (até hoje foi a única versão oficial dedicada disponível, já que, oficialmente, ela ainda não suporta essa faixa de processadores). Mesmo assim, eu decidi testar esta versão numa compilação mais recente do projeto, cujos resultados estão acima, sendo uma versão simples e até distante de como estava o Chromium na época e, embora consiga abrir, seu funcionamento é bastante instável e, de forma alguma, é recomendado para uso em produção. Ela pode ser obtida clicando aqui.



Por último, quer destacar as várias opções para desligamento do sistema: ao apertar o botão de desligamento, aparece o menu visto no slide 1; ao selecionar o botão desligar na barra de notificações, aparece a opção vista no slide 2; com uma adição bem interessante para reiniciar, como pode ser visto no slide 3 (e, como já falei em artigos anteriores, só se tornaria padrão na versão 7.1.2 do Android); no slide 4 tem a mensagem de desligamento padrão tanto para desligar quanto reiniciar, que praticamente era o mesmo desde os primórdios do Android.

Easter egg padrão do Android KitKat, cujo logo remete à marca do chocolate da Nestlé.

 

Conclusão

Apesar dos problemas citados (onde muitos, como os navegadores baseados em Chromium, ainda sofrem para funcionar mesmo nas últimas compilações do Android x86 ou mesmo do Bliss OS), pode-se dizer que, após 5 anos de testes desde o lançamento do primeiro alpha do projeto, está foi a primeira versão estável para x86 a ser divulgada massivamente e a funcionar numa gama mais ou menos considerável de aparelhos (mesmo hoje eu tenho problemas para rodar as compilações x64 de ambos os projetos, com o agravante do UEFI e Secure Boot dos computadores mais recentes, cujos sistemas ainda não lidam muito bem).

Sobre a versão 4.4 em si, devo dizer que tenho bastante nostalgia pois o melhor smartphone que eu utilizei até aqui, o Motorola RAZR i, teve a grande sorte de receber esta versão, após uma longa novela (originalmente embarcado com o ICS e utilizando um processador x86 da Intel, a então americana fez poucos testes e lançou apenas uma versão para enterrar de vez o suporte ao aparelho) onde, mesmo com alguns bugs, era bastante estável graças mais ao trabalho da Google em si, onde tentei comprovar neste artigo a maturidade do sistema e o quanto a empresa de Mountain View acreditava no projeto, ao ponto de pagar naming rights para a empresa alimentícia suíça (a  primeira e, até aqui, única vez), utilizando como base para testar novos recursos que levariam o Android a um novo patamar, podendo dizer que o Kit Kat marca o fim de uma era, com construção e compatibilidade com as primeiras versões do sistema vistas pela última vez pelos usuários, sendo o Lolipop em diante uma ruptura completa com o passado (semelhante ao que vimos no Windows XP e Visita).

No mais, como já tinha indicado nas conclusões do artigo anterior do projeto, o que se temia aconteceu e o projeto está abandonado, sem compilações oficiais há mais de dois anos até a data de lançamento do artigo (quaisquer novidades, vocês serão avisados) e o projeto sucessor está mais focado em funcionar em máquinas high end e a adicionar novos recursos, deixando os velhos computadores de 32 bits ou mesmo processadores de 64 bits de gerações mais antigas a ver navios e, o pior, ainda não consegue atender a nenhum dos dois mundos, pela construção do Android consistir num sistema exigente e muitos apps ainda não estarem bem testados para uso em computadores (algo que o Chrome OS, outros sistema de código aberto comandado pela Google focado em notebooks e que integrou um subsistema Android ao longo dos últimos anos também sofre, mas pode ter um final mais feliz e até ditar o futuro do ecossistema, dando novas possibilidades para a empresa de Mountain View em médio prazo e sendo uma opção até melhor do que, convenhamos, o Android x86 nunca foi e dificilmente será para o usuário final, conforme o especialista e youtuber Dionatan Simoni já comprovou em seus testes no seu, particularmente recomendado, canal Diolinux).

Abaixo estão, como de costume, os links de referência que complementam mais este artigo:

Agradeço mais uma vez pelo seu tempo e atenção. Fique a vontade para utilizar os comentários. Até a próxima.