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26 de outubro de 2015

Análise: Teleton Brasil 2015

Logo do Teleton Brasil 2015

Deixando de lado um pouco os artigos sobre tecnologia, que costumo divulgar aqui no blog (já estou preparando vários artigos que serão divulgados em breve), hoje eu gostaria de fazer uma análise sobre o Teleton, a famosa maratona televisiva promovida pelo SBT todos os anos, em prol à AACD, entidade sem fins lucrativos que presta assistência a pessoas com deficiências físicas, que neste ano celebrou sua 18ª edição, e que chegou à maioridade com várias novidades e muitas surpresas, alcançando o expressivo valor de mais de 31 milhões de reais (quando a meta era de 26).

Breve histórico

Primeiramente, esta modalidade de captação de recursos começou ainda nos anos 60, com Jerry Lewis e seu filho com necessidades especiais, lá nos Estados Unidos, e logo vários países passaram a produzir suas próprias maratonas. Aqui no Brasil, os direitos foram adquiridos ainda no final dos anos 80 pela AACD e apresentados à finada Hebe Camargo, que gostou da ideia, e convenceu o famoso empresário e apresentador Silvio Santos a ceder sua emissora para promover o Teleton. E assim, em 16 de maio de 1998, ia ao ar a primeira edição do Teleton Brasil, que se propunha a criar uma "Rede da Amizade", buscando reunir os principais meios de comunicação, os empresários e os telespectadores a se sensibilizar pela nobre causa e ajudar a manter o projeto de uma entidade que sempre se mostrou idônea, transparente e disposta a ajudar àqueles que mais precisam e que nem sempre tem condições de pagar um tratamento (que, dependendo dos casos, chega a ser complexo), e que completou 65 anos em 2015. A cada ano que passa, o projeto cresce cada vez mais, onde mais empresas abraçam a causa e sensibiliza de uma forma mais expressiva a atenção das emissoras concorrentes (apesar que, particularmente, ainda está longe do ideal, mas a realidade já foi muito pior). Também gostaria de ressaltar que, este programa é bastante importante, pelo fato de que, há mais de 10 anos, ser o único dia do ano que Senor Abravanel dá as caras AO VIVO na emissora, sendo repleto de ansiedade e de momentos marcantes e históricos todo ano.
Silvio Santos, na abertura da primeira edição do Teleton Brasil, em 1998.

Campanha

Neste ano de 2015, o Teleton veio com uma roupagem diferenciada, trazendo uma nova campanha (a música composta pela dupla Victor & Léo, com o slogan "Fazer o bem é (muito / sempre) bom", norteado pela temática "Gratidão"), um novo cenário (minimalista, mas bastante atraente, com tons de rosa, um telão grande no fundo; e na frente, um telão menor, que mostra o logo do programa e VTs, quando era necessário, em contrapartida ao cenário carregado e com predominância da cor preta que permaneceu nas últimas 4 edições), e uma grande conquista: mais de 200 artistas (dentre eles, uma participação internacional, que falarei mais adiante - o estranho é que há sites que estão falando em 120 artistas), um recorde, entre cantores, personalidades, jornalistas e apresentadores - alguns de outras emissoras de televisão; fora o bom número de empresas e pessoas que apoiaram o projeto neste ano. Em contrapartida, também foi um ano de muito pesar e expectativa, já que a AACD precisava mais do que nunca do dinheiro arrecadado, já que, com a crise política e econômica, ela foi obrigada a fechar 2 unidades em São Paulo (das 5 existentes no estado, fora as outras unidades em 7 estados, totalizando 16), que foram conquistadas com muito esforço e dedicação pelas campanhas anteriores e perdida por falta de apoio, sobretudo do Governo, que não repassa o que deveria à entidade.
Estúdio onde aconteceu o Teleton Brasil 2015 (Note que, atrás do telão que mostra a logomarca, há um outro telão, que exibia imagens e transições, dependendo da ocasião).

Abertura

Este ano, começando meia hora mais cedo que de costume, teve um detalhe que me incomodou logo de cara: a ausência do tradicional discurso de abertura de Silvio Santos. Tudo bem que, dos tempos para cá, ele já estava relaxando um pouco neste detalhe, já que, nos últimos 3 anos, sempre fazia discursos curtos e falava praticamente as mesmas coisas - fora o fato de que, no ano de 2014, ele já não gravou sua mensagem no estúdio do Teleton, mas sim no  seu próprio programa, um dia antes do início da maratona. Infelizmente, daqui por diante, teremos que nos acostumar com a ideia de o Homem do Baú não fazer mais a abertura da maratona, apesar da saudade de recordar certas edições do Teleton que "seu Senor" ficava mais de uma hora deixando sua mensagem e apresentando algumas histórias de vida ainda durante as noites de Sexta-feira. Em compensação, foi exibido um trecho do marcante discurso de Silvio Santos durante o emblemático programa Gol Show, de 17/05/1998, que oficialmente é atribuído o primeiro milhão de reais da emissora, dado naquela noite especial.

Com isso, a 18ª edição da maratona televisiva teve seu início, com os padrinhos da campanha, o cantor Daniel (já livre do vínculo formal com a RGT, que chegou a não liberá-lo para o Teleton em 2012) e a apresentadora Eliana (que representa com dedicação o legado de Hebe), além da dupla Victor & Léo e a cantora Ivete Sangalo. E assim, o primeiro momento histórico da maratona aconteceu: a aparição da apresentadora Xuxa Meneghel. A ex-global e atualmente contratada da Rede Record fez uma grande participação, cantando algumas de suas músicas de sucesso, interagindo com os apresentadores no palco e convidados, ficando mais de uma hora no palco, sensibilizando o público com sua alegria e suas intervenções. Particularmente, foi algo totalmente diferente assisti-la na tela do SBT; me simpatizando bastante com sua pessoa, apesar de alguns exageros, ao ressaltar que agora pode falar, e também ressaltando que quase que não a liberaram (fazendo parte do processo de experiência de liberdade que ela não tinha há 30 anos - e, de certa forma, nem está tendo na Record, por causa das restrições ideológicas e religiosas da emissora). E pensar que este e outros momentos quase não aconteceram...

Para se ter uma ideia, nos últimos dois meses, não só a Record como também a Rede Bandeirantes cismaram em não liberar nenhum artista de seus respectivos casts para esta causa tão nobre, atribuindo a culpa ao humorista e apresentador Danilo Gentilli, ex-contratado da Band e integrante do cast do SBT há quase 2 anos, conduzindo com sua turma o talk show "The Noite", nos fins de noites do SBT. Ambos alegaram que ele andou fazendo piadas ácidas e muito incisivas às respectivas emissoras, o que deixou a direção destas nervosas e com um pé atrás, o que é compreensível, já que Danilo costuma alfinetar sua antiga casa e fazer tiradas com audiência (a estreia da Xuxa na Record é só um exemplo). Olha que a Xuxa já tinha sido autorizada com antecedência para ir ao Teleton, mas sua participação acabou sendo suspensa, deixando uma certa tensão no ar (apesar que César Filho tenha negado que tinha sido vetado, afirmando que nada estava certo). Mas o que poderia ter resultado em grandes baixas para o evento, teve uma reviravolta interessante em 18 de outubro, o domingo próximo ao evento, quando mais uma edição do Programa Silvio Santos foi ao ar.

No clássico quadro "Não erre a letra" (herdado do antigo programa "Qual é a Música"), que teve a participação de Gentilli e sua equipe, além de Carlos Massa, o Ratinho, e sua turma, Silvio Santos aproveitou a ocasião para questionar a decisão da Record e da Band, onde Danilo se defendeu, assim como "seu Senor" também o absolveu, afirmando "que era desculpa deles para não ir ao Teleton". Na oportunidade, Ratinho também opinou e afirmou que, se tivesse oportunidade de ir ao Criança Esperança (projeto da Globo e da UNESCO que reverte fundos para entidades que atendem crianças carentes - e que, por sinal, desejou boa sorte ao Teleton, retribuindo o gesto feito anteriormente), ele iria, condenando a atitude dos diretores das emissoras. Quando assisti o quadro, fiquei eufórico e animado com as proporções que a crítica do Patrão poderia causar. E não foi para menos. Foi só isto acontecer que a Record logo voltou atrás de sua decisão e liberou não só a Xuxa, mas de quebra, outros 3 artistas de peso: César Filho (que havia trocado o SBT pela Record meses atrás), Luiz Bacci (jornalista que ficou muitos anos no SBT e que cresceu muito na Record, onde atualmente é apresentador de programas jornalísticos e policialescos) e, pasmem, ninguém menos que Augusto Liberato, mais conhecido como Gugu (antigo pupilo de Silvio Santos, que ficou quase 30 anos no SBT e teve 2 passagens na Record, desde 2009, e por isto, já estava há 7 anos sem ir ao Teleton). Até onde sei, a Band não se pronunciou oficialmente (apesar de o jornalista Flávio Ricco ter dito, em sua coluna no portal UOL, que ela poderia liberar algum artista do programa CQC), mas foi "redimida" pelo Silvio Santos (falarei isto mais adiante), o mesmo que criticou a emissora do Morumbi de deixá-lo direto no Top Five e não ajudar na maratona.

Curiosidades

Algumas coisas me chamaram bastante a atenção. Uma delas foi a forma de como se sucedeu a arrecadação: além do fato de ter sido introduzido a doação por SMS, me surpreendeu o fato de, com menos de 2 horas de programa, o placar já registrava mais de 2 milhões de reais (posso estar errado, mas até onde eu me lembre, além disto ter sido algo inédito, teve edições que se alcançava este valor só na tarde de sábado). Além disso, quero ressaltar que a arrecadação ocorreu de uma forma que superou todas as minas expectativas, com os cheques sendo "diluídos" durante o programa (o que pode ter sido uma bela estratégia, já que geralmente estas doações se concentrarem no momento da consolidada "Tropa dos Cheques"). Vale ressaltar ainda  a quantidade de cheques de cerca de 200 mil e 1 milhão de reais (falo isto sem a intenção de criticar os valores doados, pois, como Silvio Santos diz - e tomo as palavras dele como minhas - "se doar qualquer valor já ajuda bastante"). Também ressalto a falta de direção de câmeras, onde os artistas erravam diversas vezes a câmera que deveriam olhar, salvo poucas exceções - nem o Silvio escapou dessa.

As participações que acompanhei e que me chamaram a atenção foram: o Luis Ricardo (um dos que fizeram o palhaço Bozo e, atualmente, apresentador), bastante comovido - tendo em vista seu acidente no Programa do Ratinho em dezembro de 2014, e César Filho, que pisou em sua antiga emissora após meses; a animação da Christina Rocha; as críticas incisivas feitas por Raul Gil; a participação (que eu não esperava) de Adriane Galisteu, que interagiu bastante com o cantor Eduardo Costa; a história dobradinha de Ratinho e Gugu (onde um agradeceu o outro, lembrando da época que o loiro trouxe o Ratinho ao primeiro Teleton, quando este ainda era contratado da Record; além de recordar episódios, quando o Gugu visitou o então programa "Ratinho Livre" e tentaram hipnotizar uma galinha, trecho disponível na internet - e pensar que estes dois se concorriam até algumas semanas atrás... o que uma causa tão nobre não faz...); um Celso Portiolli elegante; o Ronnie Von (famoso cantor e atualmente apresentador do programa "Todo Seu", na Rede Gazeta); além da intervenção dos jornalistas do SBT que, numa ordem pré-definida, iam ao palco da maratona para prestar contas do trabalho da AACD - a que me me sensibilizou mais foi a jornalista Flávia Travassos, que sofreu um AVC em Novembro do ano passado e contou, numa reportagem especial, sua trajetória e seus desafios.

Como de costume, no palco do Teleton passam vários artistas, cantores, que fazem seu trabalho e deixam sua mensagem ao povo. Mas uma participação estelar marcou o Teleton: a atriz e cantora mexicana Lucero Hogaza. Prevista para vir às 8 da noite de sábado (mas só veio mesmo era quase às 10), ela mostrou toda sua simpatia e sua experiência, legado vindo dos 15 anos que ela comandou a versão da maratona televisiva lá em seu país natal e nos Estados Unidos. Muito bem recebida por Eliana, Daniel e convidados, ela cantou suas músicas famosas - as temas das novelas "Por Ela Sou Eva" e "A Dona" (a versão atribuída pelo SBT, não a música original); fez seu apelo, mostrando-se dedicada pela causa, exibindo um belo domínio de português (para quem teve apenas 8 horas de aulas, segundo a revelação dada por ela em sua participação no programa "Domingo Legal", do Portiolli, exibido no dia seguinte ao Teleton). Além disso, a reportagem mostrando seu histórico antes de sua entrada foi muito interessante (e inesperado).
Lucero (à dir.), em sua participação no Teleton Brasil 2015, com a apresentadora Eliana (à esq.) e o cantor Daniel (no centro)


Antes de prosseguir, aproveito para ressaltar que não gostei de que a aparição do publicitário Felipe Ventura, o famoso "Felipinho", responsável pela campanha "Corrente do Bem", ter sido antes da entrada de Silvio Santos, já que todo ano ele mostra seus (ascendentes) resultados com o "Patrão" no palco. Neste ano ele arrecadou 200 mil reais com o projeto de cofrinhos pelos principais colégios do Brasil, fora os 75 mil arrecadados entre sua família.

Encerramento

E então, como de costume, por volta das 11 da Noite, num momento que todos que seguem seu trabalho esperam ansiosamente, que faz valer a pela acompanhar o Teleton, Silvio Santos aparece no palco para o encerramento do programa, bastante ovacionado pelo auditório, que gritava seu nome, e como sempre, cercado de muitas expectativas. E olha que o "velho" está a cada ano mais imprevisível.

Para se ter uma ideia, o comunicador de quase 85 anos já chegou dispensando todo mundo, não sem antes fazer suas criativas tiradas com Eliana (que se separou recentemente) e Daniel; de cumprimentar a jornalista Neila Medeiros (que esteve em evidência graças ao episódio do fracassado SBT Notícias) e de ter um (re)encontro surpreendente com Lucero (a minha expectativa para que isto acontecesse era grande, e de fato, aconteceu - vale ressaltar que alguns sites, dentre eles, o próprio SBT, afirmam que os dois já se encontraram em 1986, durante o famoso programa "Show de Calouros", onde a atriz estava em evidência graças ao sucesso da novela "Chispita" - trecho que eu gostaria muito de ver, mas infelizmente, não se acha na internet), mostrando um inesperado portunhol, repleto de elogios entre ambas as partes, onde Lucero demonstrou se lembrar dele, o que não se pode dizer o mesmo (era de se esperar) de Silvio.



Particularmente achei um erro ter dispensado os artistas que estavam no palco, o que poderia ter evitado um certo tédio de Silvio (provavelmente, parece que, desde a morte de Hebe, ele anda entediado e chato de lidar - considerando que, desde então, ele passou a conduzir o programa com seus familiares), o que sempre me deixa com medo dele terminar a maratona mais cedo do que eu gostaria. Ele poderia realizar mais interações do que ele fez (o que foi um trunfo na edição de 2014, onde ele contracenou com Eliana, Ratinho e Portiolli).

E assim o "Show dos Abravanel" começou. Silvio Santos iniciou contando (lendo pelo Teleprompter - como ele mesmo ressaltou) uma de suas histórias de costume, mostrando que, se ajudarmos hoje, podemos multiplicar nosso gesto; e também ressaltar a importância dos 5 reais, como faz todo ano (considerando que o Teleton ainda é uma das únicas campanhas que aceitam esta quantia, que, convenhamos, já se desvalorizou demais desde 1998, quando a maratona da solidariedade começou, mas ainda traz seus resultados, sendo um dos grandes trunfos da maratona). Ele também aproveitou e exibiu uma reportagem do "Jornal da Band", da emissora homônima, relatando a crise que levou o fechamento de 2 unidades da AACD. Realmente, como disse antes, isto, na minha opinião, redimiu um pouco a imagem da Bandeirantes, mas o curioso é que poderia ter sido exibida uma reportagem do próprio SBT ao invés de uma emissora concorrente.


Uma das coisas que achei mais questionável foi a atitude de inserir VTs de sua filha Número 3, a apresentadora Patrícia Abravanel, em suas performances (onde uma delas, a da Whoopi Goldberg, causou até polêmica; onde nem a transformação em Xuxa escapou) em seu programa), o "Máquina da Fama". Foi um gesto desnecessário, dando a sensação de que foi feito para aproveitar a audiência do Teleton e promover ainda mais sua filha (que nem precisava disso, já que anda ganhando diversas vezes na audiência contra o programa da Xuxa), além do próprio SBT (indo contra o ideal da maratona ser um evento de todos - apesar de que, alguns comentários levantaram a possibilidade de que, pelo menos nesta 18ª edição, ele não tivesse muita escolha, tendo que dar seu jeito para prolongar o show, o que é compreensível, mas não justificável); e também o diretor do programa,  Michael Ukstin (que também é diretor geral do Teleton desde 2011), sendo elogiado, para se ter uma ideia, pelo menos umas 7 vezes (o que foi muito hilário e irritante de se ver). Tanto é que, na última vez, ao repetir que o programa da filha é o mais bem produzido do SBT, num gesto convencido, Patrícia falou que era o mais bonito não só do SBT, mas da TV brasileira, o que (ainda bem) foi prontamente repreendida pelo pai.

Também houve a participação do neto de Silvio, filho da Cíntia (Filha Nº 1, fruto do primeiro casamento de Silvio com sua falecida esposa Aparecida), Thiago Abravanel, que sempre demonstra ser um artista versátil, (que despontou com um espetáculo sobre o cantor Tim Maia, e atualmente trabalha na RGT, sempre sendo liberado para participar com o avô, de alguns anos para cá. Talentoso, contracenou muito bem com sua família. Num determinado momento, ele leu, da bancada dos internautas, um comentário das redes sociais, onde um usuário bajulava Silvio, chamando-o de "rei da televisão brasileira", deixando o "velho" desconcertado. Thiago cantou 4 músicas (provavelmente mais que qualquer artista que passou pelo palco, várias delas a pedido de Silvio). Num dos momentos mais marcantes, fez um dueto com sua tia Patrícia.

Como sempre, Silvio faz cada comentário que ninguém espera. Na hora da doação da famosa marca de fraldas, foi revivido o icônico momento protagonizado na edição anterior da maratona, onde o "Patrão" retrata seu problema de incontinência urinária, tirando boas risadas do público. Também achei incrível a indireta (bastante direta) que Silvio dirigiu à Xuxa, criticando sua postura de não ser ela mesma e se basear na apresentadora americana Ellen DeGeneres (no qual ele acabou chamado de "homem americano", dividindo opiniões na internet e sendo retrucado pela apresentadora em seu programa - bem, particularmente, não dá para negar que soou preconceituoso, mas creio que a intenção de Silvio foi de dizer que Xuxa estava perdendo sua identidade).

No ápice da maratona televisiva, aconteceu o momento que julgo o mais "WTF" de todos. Como é possível o Silvio Santos ser tão anticlímax! Tudo bem que ele já estava de saco cheio e queria encerrar o programa logo, mas foi indignante o que ele fez. Ao invés de fazer o suspense que deixa telespectadores como eu ansiosos, ele, numa falta de atenção, divulgou os cheques numa rapidez que ele nem percebeu quando a meta tinha acabado de ser alcançada. A questão é que, imediatamente após isto, ainda tinha o grande cheque de mais de 4 milhões da marca de cartões (que sempre traz ótimos valores a cada ano) para ser divulgado (logo em seguida, Silvio até ressaltou que estava surpreso com a conquista, afirmando que ele via os empresários que frequentam o Salão de Beleza do cabeleireiro Jassa estavam reclamando da crise). E olha que o Teleton ainda ficou mais de uma hora no ar depois deste grande momento.



A pressa de Silvio Santos se tornou em interesse ao chamar o mágico Gustavo Vierini para fazer alguns números (e olha que já era mais de 1 da manhã). E o ilusionista não decepcionou: conseguiu entreter a todos fazendo seu número de entortar garfos, de mensagens no envelope e de fazer neves com papel, sem esquecer da temática da maratona, recebendo elogios (mais que merecidos) do "Patrão".
O mágico Gustavo Vierini fazendo suas mágicas com Silvio Santos, Patrícia Abravanel e Thiago Abravanel, no palco do Teleton Brasil 2015.

Depois ainda entrou o jornalista e radialista Joseval Peixoto, que foi o último a prestar as contas da AACD junto com Silvio no palco (num momento curioso onde Joseval nem tinha entrado e a reportagem já estava no ar, fazendo com que Silvio interrompesse a matéria).

Enfim, após mais de 27 horas de maratona, a missão foi cumprida com louvor, até melhor que o esperado, sendo encerrada por volta das 1:50 da manhã.

Conclusão

Para concluir esta longa análise, quero ressaltar que, mesmo com as dificuldades econômicas e financeiras, foi mostrado um Teleton consolidado, com a boa vontade do povo brasileiro, que não deixou de contribuir para esta causa tão justa; pelas empresas que não desanimaram e trouxeram bons frutos, e com a dedicação do SBT, dos artistas e das outras emissoras que se uniram para levar até a nós, telespectadores, um show inesquecível e um belo legado para as próximas edições. Parece que aquele sonho de Silvio de unir todos os poderosos da comunicação está a cada ano se consolidando cada vez mais.

Qualquer erro ou sugestão não deixe de comentar. Muito obrigado pela atenção e até a próxima.

Última atualização: 01/11/2015