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26 de setembro de 2024

#TBT Samsung 08 - Os smartphones flip com Android antes do Galaxy Z Flip

[ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO: 26/9/2024]

NOTA DO EDITOR: Esta é uma série de relações postadas originalmente por Celso Vieira (CAVBR) no fórum do site Samsung Members, cujo conteúdo bem como os comentários relacionados são de responsabilidade dele.

Em um passado não tão distante, quando os celulares básicos (hoje chamamos de feature phones, mas também existe o termo dumbphone, que como o nome sugere, são o extremo oposto dos smartphones, mesmo que muitos entendam os feature phones como mais avançados que os dumbphones, por terem um ou outro recurso multimídia além dos tradicionais recursos de chamada de voz e envio de mensagem por texto) ainda reinavam, além do tradicional formato de barra e do formato slide (de deslizar para aparecer o teclado, na vertical), um formato bastante popular era o flip, também conhecido lá fora como clamshell, que aqui usamos o termo traduzido, "concha", cuja ideia era exatamente essa: o corpo com duas peças distintas, com a tela numa extremidade, e o teclado em outra, unidas por uma dobradiça no meio, que poderia ser dobrado, ficando menor, e dependendo da categoria, poderia ou não ter uma pequena tela externa, que geralmente era só para ver o horário, mesmo.

A Motorola chamou a atenção para esse formato com o RAZR V3, certamente o modelo flip mais lembrado por muita gente, e referência no mesmo.

A Samsung, por sua vez, não se destacou muito com o uso desse formato de celular, mas nele, certamente o SGH-C276 foi um dos dumbphones que ela mais vendeu ao redor do mundo, enquanto o Beat Pop (GT-M2310) foi o feature phone que certamente mais repercutiu, embora bem longe do sucesso do modelo da Motorola.

Avançando alguns anos, já com a linha Galaxy e os smartphones com sistema operacional Android e as telas sensíveis ao toque bem estabelecidas, com o teclado físico se tornando dispensável para a maioria dos consumidores, o formato flip deixou de ser interessante.

Isso até começarem a surgir os smartphones com tela dobrável.

Com o Galaxy Fold (SM-F900), e principalmente com o Galaxy Z Flip (SM-F700), o formato flip pareceu ganhar um novo fôlego, embora anos depois, dá pra dizer que o mesmo ainda não caiu nas graças do público, por ainda estar restrito a modelos caros, e por ter vários problemas de usabilidade e confiabilidade à médio e longo prazo.

Mas antes disso, chegou a existir um meio-termo entre os celulares básicos flip e os smartphones com tela dobrável no formato flip: os smartphones com Android no formato flip, com teclado físico.

E é aí que eu queria chegar.

Esse tipo de smartphone não ficou muito conhecido ao redor do mundo, mas a Samsung teve algumas famílias de aparelhos com essa proposta: Galaxy Folder, Galaxy Golden, série W e Leader (isso mesmo, ambos sem o Galaxy antecedendo).

O foco deles era mais o mercado asiático, a destacar, a China, e a série W tinha um charme a mais: eram modelos premium, com acabamento sofisticado, e bem caros (tanto quanto um Galaxy S ou Galaxy Note).

Depois dessa longa introdução, vamos a eles, desta vez, listando todos de uma vez, em ordem geral de lançamento, já que entre essas famílias, houve aparelhos avulsos, mas ainda ligados a elas, como os três primeiros desta lista.


SCH-W999

Esse modelo, sem nenhum nome comercial (nem mesmo a marca Galaxy), foi o primeiro com essa iniciativa de ser smartphone com Android no formato flip, lançado no final de 2011.
Ele foi lançado em parceria com a operadora China Telecom, que é uma das principais responsáveis por fazer a Samsung introduzir smartphones nesse formato. 
Ele não era um smartphone top, mas o seu hardware não estava tão distante do Galaxy S2, com tela principal de 3.5 polegadas Super AMOLED, chipset Snapdragon S3 Dual Core de 1.2 GHz, 1 GB de RAM, 16 GB de armazenamento, câmera principal de 5 MP, câmera frontal de 1.3 MP, e bateria de 1500 mAh.
Ele foi lançado com Android 2.3 Gingerbread.
Seu destaque era a tela externa, que era basicamente a mesma da tela interna, emulando um pouco o que a Motorola fez com o RAZR2 V8, alguns anos antes.

GT-B9388
Em 2013, a Samsung retoma a ideia do W999, começando pelo B9388, que sinceramente, nem fazia ideia da sua existência (descobri nas pesquisas para esse artigo, e por acaso). 
Este foi lançado em parceria com outra operadora, a China Mobile, responsável por uma outra família de aparelhos, que comentarei a seguir.
O B9388, a exemplo do antecessor, também tinha especificações interessantes para a época, com 1 GB de RAM, 16 GB de armazenamento, chipset Exynos 4412 Quad Core de 1.4 GHz, câmera principal de 8 MP, câmera frontal de 2 MP, bateria de 1850 mAh.
A tela principal e a externa tinham 3.7 polegadas, também Super AMOLED, com resolução 480p.
Ele foi lançado com Android 4.0 Ice Cream Sandwich.

SCH-W2013
Depois do W999, a China Telecom investiu novamente no segmento, agora com um aparelho com um visual bem mais premium, com detalhes numa cor que lembra o cobre. 
Mas o mais interessante é que seu garoto propaganda foi nada mais nada menos que o famoso ator de filmes de ação Jackie Chan.
Apesar disso, suas especificações eram basicamente as mesmas do aparelho comentado anteriormente, da outra operadora, inclusive com a mesma versão do Android.
Apesar de ainda não ser referenciado como um smartphone Galaxy, nem ter um nome comercial, de certa forma, é este modelo que dá o pontapé inicial aos lançamentos anuais dos aparelhos dessa operadora nesse formato, seguindo assim até 2019.
Ele também chegou a ser lançado em Hong Kong.

Galaxy Golden 3G (GT-I9230) e 4G (GT-I9235)
No mesmo ano do lançamento do W2013, a Samsung apresenta o Galaxy Golden, que curiosamente foi o único lançado com um pouco mais de abrangência, saindo na Índia, Hong Kong e Emirados Árabes, o que deve explicar o número do modelo ser mais próximo dos modelos lançados globalmente na época (pra se ter uma ideia, o seu número de modelo está entre o Galaxy S2 LTE (GT-I9210) e o Galaxy Nexus (GT-I9250)).
O chipset agora era o Snapdragon 400 Dual Core de 1.7 GHz.
As demais especificações eram as mesmas dos dois modelos anteriores.
Ele veio de fábrica com o Android 4.2 Jelly Bean.

SM-W2014
Sucedendo o W2013, e sendo o primeiro do segmento com o número do modelo SM (adotado globalmente na mesma época, e nos sucessores desse modelo), as especificações já eram um pouco mais poderosas, com 2 GB de RAM, 32 GB de armazenamento, chipset Snapdragon 800 Dual Core de 2.3 GHz, câmera principal de 13 MP, câmera frontal ainda de 2 MP, e bateria de 1900 mAh.
As telas ainda eram as mesmas, de 3.7 polegadas Super AMOLED, e resolução 480p.
Ele foi lançado com o Android 4.3 Jelly Bean.

Leader (SM-G9098)
Depois do B9388, a China Mobile também quis repetir a dose e traz um sucessor pra ele, e até além, já que este acaba originando uma pequena família de aparelhos: a Leader.
Na verdade, há divergência na tradução, já que alguns sites também chamam essa linha de "Leadership", sendo que a tradução do nome da linha em chinês seria algo como "Leader flagship", que passa a impressão de não ser o nome do aparelho, e sim a explicação do que ele é (e na China, era comum esse tipo de expediente, mesmo na série W), mas como esse nome foi repetido em outras duas ocasiões, fica subentendido ser uma linha de aparelhos. Não achei o nome global dessa linha por parte da Samsung, então pra simplificar, vamos manter o nome "Leader".
As especificações, por sua vez, acabaram sendo basicamente as mesmas do W2014, só mudando o design pra algo um pouco mais simples, mas ainda estiloso (a marca dessa linha), e o armazenamento, que era menor: de 16 GB.

Galaxy Golden2 (SM-W2015)
A China Telecom, seguindo com os lançamentos anuais, optou por resgatar a proposta do primeiro Galaxy Golden, assim lhe dando uma nova geração, mesmo que a primeira nem tenha sido lançado na China, e mesmo que oficialmente ela nem utilize esse nome, isto é, esse modelo e os seguintes só são considerados Galaxy Golden pela imprensa, e neste caso em específico, porque a Samsung o chama assim na documentação da changelog das atualizações, mas na prática, eles ainda são mais conhecidos apenas pelo número do modelo.
O chipset agora é o Snapdragon 801 Quad Core de 2.5 GHz, mas ainda vinha com 2 GB de RAM, e o armazenamento diminuiu para 16 GB.
A câmera principal subiu para 16 MP, mas a frontal ainda era de 2 MP.
E a bateria subiu um pouco, para 2050 mAh.
Ele veio de fábrica com o Android 4.4 KitKat, sendo um dos primeiros a destacar um tema personalizado, que será comum nas gerações seguintes.

Galaxy Folder 3G (SM-G150) e 4G (SM-G155)


Falando agora de uma outra linha de aparelhos flip, desta vez, com foco no mercado sul-coreano, aqui, por sua vez, com uma proposta diferente dos modelos chineses: de ser barato, o que explica o visual mais simples, bem como o acabamento e o hardware.
O número do modelo meio que denuncia isso, já que estava mais próximo de aparelhos como o Galaxy Pocket 2 (SM-G110) e Galaxy Young 2 (SM-G130).
No caso, utilizava o chipset Exynos 3475 Quad Core, o mesmo de smartphones como Galaxy J2 (2015) e Galaxy J1 (2016).
E tinha 1.5 GB de RAM e 8 GB de armazenamento.
Tinha uma câmera principal de 8 MP, e uma frontal de 2 MP.
E a bateria era de 1800 mAh.

Leader III (SM-G9198)
Sem ter um Leader II (se alguém souber o motivo, deixe nos comentários), esse modelo da China Mobile lançado no 2º semestre de 2015, seguindo a proposta do antecessor, continua estiloso, embora sóbrio, e com um hardware poderoso: o chipset Snapdragon 808, o top da época, mas curiosamente não utilizado em nenhum Galaxy S ou Galaxy Note do mesmo ano, já que a família Galaxy S6 e o Galaxy Note5 utilizaram o Exynos 7420 Octa, da própria Samsung.
De resto, ele cresceu um pouco com relação ao antecessor, bem como a tela, que foi para 3.9 polegadas, agora em resolução HD.
A bateria também cresceu, para 2020 mAh.
A RAM e o armazenamento seguiram os mesmos: 2 GB e 16 GB, respectivamente. Bem como as câmeras principal e frontal, que ainda tinha 13 MP e 2 MP, respectivamente.
Ele já veio de fábrica com o Android 5.1.1 Lollipop.

SM-W2016
Ainda com a cor dourada (era até chamado extraoficialmente de Galaxy Golden3, e acho que em alguns sites oficiais ele até tinha realmente esse nome, mas não consegui confirmar), mas também disponível na cor prata, ele tem uma cara um pouco menos premium que o antecessor, mas ainda possui especificações poderosas para a época, com o Exynos 7420 Octa, que como comentado anteriormente, foi utilizado nos tops da Samsung na ocasião. A tela principal e externa era Super AMOLED de 3.9 polegadas com resolução HD, 3 GB de RAM e 64 GB de armazenamento, bateria de 2000 mAh, a câmera principal ainda era de 16 MP, mas a frontal aumentou para 5 MP.
E também veio de fábrica com o Android 5.1.1 Lollipop.

Galaxy Folder2 (SM-G160)
Com o sucesso do primeiro Galaxy Folder, a Samsung não quis mexer muito na segunda geração.
O aparelho deu uma leve crescida, mas a tela ainda era a mesma de 3.8 polegadas, LCD 480p.
O chipset agora era o Snapdragon 425, o mesmo utilizado no Galaxy J5 Metal e no Galaxy J2 Pro (2018).
A RAM aumentou um pouco, para 2 GB, mas ainda tinha 16 GB de armazenamento, embora teve uma opção com 32 GB na Coreia do Sul.
As câmeras não mudaram, sendo a principal com 8 MP, e a frontal com 5 MP, mas agora a câmera traseira recebeu o flash LED, ausente no antecessor.
A bateria cresceu um pouco, indo para 1950 mAh.
Ele foi lançado com o Android 6.0.1 Marshmallow.

SM-W2017
Conhecido extraoficialmente como Galaxy Golden4, ele visualmente lembra bastante o antecessor, mas cresceu um pouco mais, com as duas telas indo para 4.2 polegadas, Super AMOLED, mas a tela principal foi para resolução 1080p. A frontal ainda seguiu em HD.
O chipset passou a ser o Snapdragon 820, o mesmo da família Galaxy S7 em algumas regiões.
A RAM cresceu um pouco, para 4 GB, mas o armazenamento ainda era de 64 GB.
A bateria também deu uma crescida, para 2300 mAh.
A câmera principal curiosamente ficou um pouco menor, indo para 12 MP, e a frontal seguiu a mesma de 5 MP.
Ele foi lançado com o Android 6.0.1 Marshmallow.
Por fim, vale ainda mencionar que ele é o primeiro modelo da família a ganhar um sensor de impressão digital na traseira, num layout que até lembra um pouco o que a Samsung faria posteriormente com o Galaxy S9.

Leader 8 (SM-G9298)
Indo para a terceira geração, mas curiosamente saltando 5 números no nome do modelo, o Leader 8 basicamente agregou as melhorias do W2017, como a tela, RAM, armazenamento, bateria e câmeras, o sensor de impressão digital, e no chipset, até foi além, utilizando o Snapdragon 821, basicamente uma versão melhorada do chipset do W2017, que não foi lançado em nenhum outro aparelho da Samsung, mas ficou bastante conhecido no Brasil por ter sido utilizado no LG G6.

Galaxy Folder2 VE (SM-G165)
Esse modelo, embora não tenha mudado nada com relação ao Galaxy Folder2 original, eu resolvi destacar, por uma situação curiosa: ele foi lançado em Hong Kong com Android 7.1.1 Nougat, que nenhum outro Folder2 chegou a receber, sequer por atualização.
E até existem outros SM-G165 de outros países que ainda executam o Android 6.0.1 Marshmallow.

SM-W2018
Em mais uma geração, ele cresceu mais um pouco em relação ao antecessor, mas as telas seguiram as mesmas, com 4.2 polegadas (mas agora ambas em 1080p), bem como a bateria, ainda era de 2300 mAh.
O chipset passou a ser o Snapdragon 835, utilizado na família Galaxy S8 e Galaxy Note 8 em algumas regiões.
A RAM aumentou para 6 GB, e o armazenamento, embora ainda com 64 GB, ganhou uma versão com incríveis 256 GB.
As câmeras curiosamente seguiram com 12 MP na principal e 5 MP na frontal.
O sensor de digitais, embaixo da câmera na geração anterior, passou a ser do lado direito, como aconteceu no Galaxy S8.
Ele foi lançado com Android 7.1.1 Nougat, mas aqui tivemos uma diferença com relação aos antecessores, já que foi o primeiro da linha a receber atualizações do Android. E não uma, mas duas, recebendo o Android 9 Pie.
Chamou a atenção os botões direcionais terem mudado drasticamente de formato nessa geração, ficando redondos.

SM-W2019
Por fim, o último no formato antes do Galaxy Z Flip, o W2019 trouxe algumas novidades, como o sensor de digitais incorporado ao botão POWER e as câmeras traseiras duplas, sendo ambas de 12 MP, enquanto a frontal aumentou para 8 MP, e a bateria, que aumentou drasticamente, de 2300 para 3000 mAh.
O chipset passou a ser o Snapdragon 845, o mesmo do Galaxy S9 brasileiro.
Seguiu com 6 GB de RAM, mas a opção padrão de armazenamento passou a ser de 128 GB, ainda com outra opção com 256 GB.
E, assim como o Galaxy S9, foi lançado com Android 8 Oreo, mas chegou a receber duas atualizações do Android, finalizando no Android 10.

Comente o que você achou desses smartphones com formato clássico que antecederam o Galaxy Z Flip.

Se chegou até aqui, não deixe de dar uma olhada nos posts abaixo. Fique ligado no Blog de Bruno A. Vieira.